Por Eric Lam e Matt Turner.
O bitcoin está provando que as criptomoedas podem eliminar riquezas tão rapidamente quanto as geram.
A queda da moeda em janeiro eliminou US$ 44,2 bilhões dos US$ 200 bilhões em valor de mercado gerados em todo o ano passado, maior perda de um mês, em dólares, na curta história dos ativos digitais.
“Quando chegamos a US$ 10.000, a criptomoeda adotou essa personalidade Teflon dos últimos tempos de que sempre encontrará uma base e subirá novamente”, disse Stephen Innes, chefe de trading para a região Ásia-Pacífico da Oanda, por telefone, de Cingapura. “Quando falamos do campo dos ativos de maior risco, e algo elimina 50 por cento de seu valor, isso me diz que haverá uma extensão mais para baixo. O triste é que muitos se prejudicarão, porque continuarão comprando após as quedas.”
Depois que atingiu um pico de quase US$ 20.000 no início de dezembro após a introdução de contratos de futuros em bolsas reguladas nos EUA, uma série de notícias negativas afetou o bitcoin e as criptomoedas rivais e os prejuízos se intensificaram desde o início de 2018.
O roubo recorde de US$ 500 milhões de uma moeda alternativa na bolsa japonesa Coincheck, em 26 de janeiro, aumentou a pressão para que os órgãos reguladores investigassem as práticas comerciais dentro desse setor em grande parte desregulado, enquanto as autoridades do centro de trading sul-coreano continuam debatendo medidas mais sérias, entre elas a proibição de bolsas do tipo.
Innes prevê uma queda ainda maior da criptomoeda para uma faixa entre US$ 5.000 e US$ 6.000, seguida de recuperação para US$ 10.000 a US$ 15.000. A trajetória quase certamente será irregular, dado que as autoridades globais aumentarão o exame detalhado do setor de criptomoedas a partir de agora, disse.
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