Guru da tecnologia lança bateria que desafia íon de lítio

Por Brian Eckhouse.

Elon Musk não é o único visionário que aposta que o mundo em breve será dependente das baterias. Bill Joy, o guru do Vale do Silício e cofundador da Sun Microsystems, também prevê essa dependência. A diferença é que ele acha que a bateria alcalina é uma forma mais inteligente de chegar lá do que o íon de lítio.

Na quinta-feira, Joy e a Ionic Materials revelaram uma bateria alcalina em estado sólido na Rocky Mountain Institute’s Energy Innovation Summit em Basalt, Colorado, nos EUA, que segundo ele é mais segura e barata que a líder do setor, de íon de lítio. O apelo da bateria alcalina é que ela poderia custar uma pequena fração das tecnologias existentes de bateria e poderia ser mais segura em configurações delicadas, como por exemplo a bordo de aviões.

“O que as pessoas realmente não perceberam é que as baterias alcalinas podem ser recarregáveis”, disse Joy, em entrevista por telefone na quinta-feira. “Acho que as pessoas tinham desistido.”

O investidor da Ionic Materials vislumbra três aplicações finais para a tecnologia do polímero: os eletrônicos de consumo, o setor automotivo e a rede elétrica. Mas Joy reconhece que a tecnologia não está pronta para a massa. Ela ainda não foi comercializada e são necessárias fábricas para produzi-la. A bateria poderia estar pronta para um uso mais amplo dentro de cinco anos, disse ele.

E além de tudo isso, enfrentaria uma rival consolidada.

Íon de lítio

Os preços das baterias de íon de lítio caíram 73 por cento de 2010 a 2016, disse Logan Goldie-Scot, analista da Bloomberg New Energy Finance, por e-mail, na quinta-feira. “As melhorias tecnológicas, a escala de fabricação e a concorrência entre as principais fabricantes de baterias continuam reduzindo os custos. Isso dificulta a concorrência para as tecnologias alternativas.”

A Ionic espera conversar com possíveis parceiros sobre licenças. A demanda global por baterias de íon de lítio dos veículos elétricos deverá crescer de 21 gigawatts-hora em 2016 para 1.300 gigawatts-hora em 2030, segundo a Bloomberg New Energy Finance.

“Mesmo se crescêssemos 400 por cento ao ano por uma década não conseguiríamos atender a demanda” sozinhos, disse Joy. “Estamos começando do zero. Não temos fábrica. Temos um material revolucionário.”

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