Herdeiro da Samsung é condenado a 5 anos de prisão por corrupção

Por Sam Kim.

Jay Y. Lee deverá passar os próximos cinco anos na prisão, uma das sentenças mais severas impostas a um executivo sul-coreano de um chaebol, depois que um tribunal o condenou por obter através de subornos um maior controle do império da Samsung, empresa fundada por sua família.

O julgamento, parte de um escândalo de corrupção maior que derrubou a ex-presidente da Coreia do Sul, impactou o país ao elucidar os laços estreitos entre os grupos empresariais familiares conhecidos como chaebol e a elite política. Os procuradores haviam solicitado 12 anos de prisão para o bilionário de 49 anos, cujo advogado afirmou que apelaria. Qualquer sentença de mais de 3 anos não pode ser suspensa.

O julgamento reflete uma maior disposição da Coreia do Sul para romper os laços entre os ricos e os que estão no poder. Historicamente, uma longa lista de líderes empresariais, incluindo o pai de Lee, foi condenada por corrupção, mas se salvou facilmente depois. É improvável que tal indulgência seja dispensada ao jovem Lee. O herdeiro da Samsung, que jogou golfe e viajou extensivamente para fomentar vínculos com executivos de tecnologia, manteve uma expressão quase impassível durante a leitura do veredito.

“É chocante que a doença do conluio político-empresarial entre a pessoa mais poderosa da Coreia, a presidente, e um conglomerado não seja coisa do passado, que continue existindo”, disse o juiz Kim Jin-dong, que presidia a sessão, ao Tribunal Distrital Central de Seul na sexta-feira. “Será difícil se recuperar dessa perda de confiança. O fato de que os réus sejam executivos que representavam a Samsung Group torna a influência na sociedade e na economia extremamente adversa.”

Lee foi condenado por todas as cinco acusações que enfrentou, incluindo alegações de desvio de dinheiro.

Embora a decisão ponha em dúvida o retorno de Lee ao conglomerado que seu avô fundou quase 80 anos atrás, os negócios vão bem. A Samsung Electronics registrou resultados recorde e suas ações subiram 30 por cento neste ano, superando o desempenho do índice de referência Kospi.

Controlada pela família Lee através de uma rede de ativos cruzados, a Samsung é o maior conglomerado da Coreia do Sul, composta por cerca de 60 unidades que vendem seguros de vida, navios de carga e roupas. O império tem um valor de mercado de cerca de US$ 395 bilhões, e a Samsung Electronics responde pela maior parte disso. A empresa é a maior fabricante mundial de smartphones e chips de memória, e tem clientes como Apple, Wal-Mart Stores e Microsoft.

A divisão da opinião pública ficou evidente na porta do tribunal, onde manifestantes de ambos os lados se reuniram, brandindo cartazes que expressavam a defesa de seus pontos de vista.

“Isso também ajudará a romper os laços entre políticos e empresários de chaebol”, disse Kim Young S., 70. “A condenação prova que vivemos em uma sociedade governada pela lei, que as pessoas serão punidas se fizerem algo errado, independentemente do quanto elas sejam ricas ou poderosas.”

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