Por Paula Sambo e Aline Oyamada
Os acionistas da Vale estão sendo recompensados por manter as ações da empresa em meio a escândalos políticos no país e uma greve de caminhoneiros em um momento de crescentes tensões comerciais globais. Detentores de dívida, nem tanto.
As ações da maior exportadora mundial de minério de ferro e níquel subiram mais de 4% este ano em Nova York. Isso se compara a uma perda de mais de 7% de seus US$ 2 bilhões em bonds com vencimento em 2026, com aumento da diferença de rendimento da Vale para as rivais BHP Billiton e Rio Tinto.
Os bonds da Vale caíram com o rendimento dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA ultrapassando os 3 por cento e preocupações que vão desde a possibilidade de uma guerra comercial aos riscos geopolíticos permeando os mercados, de acordo com Patrik Kauffmann, que ajuda a administrar US$ 11 bilhões em ativos na Solitaire Aquila, em Zurique.
“O sentimento do mercado em relação a dívida de mercados emergentes é ruim por muitas razões, nenhum deles tem a ver com os fundamentos e a Vale foi pega no meio”, disse Kauffmann. “Os investidores em ações parecem entender a dinâmica muito melhor do que os investidores em bonds atualmente.”
A Vale se beneficia da desvalorização do real e do preço em dólar do minério de ferro, de acordo com Carlos Gribel, chefe de renda fixa da Andbanc Brokerage em Miami. Os bonds são atraentes nesses níveis, disse ele.
“Eles estão fazendo o dever de casa na desalavancagem da empresa e também há progressos significativos na melhoria da governança corporativa, disclosure e questões ambientais”, disse ele.
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