Humanos estão perdendo importância no maior mercado do mundo

Por Lananh Nguyen.

O mercado de câmbio, de US$ 5,1 trilhões por dia, está perdendo seu toque humano.

Essa é a conclusão dos chefes de trading e câmbio consultados pelos organizadores da conferência TradeTech FX, em Miami. Dos 100 entrevistados da América do Norte, 94 disseram que pretendiam automatizar mais suas operações de câmbio nos próximos três anos.

O mercado está adotando o trading eletrônico e algorítmico e a Coalition Development estima que de 2012 a 2016 os bancos reduziram as equipes de linha de frente de vendas, trading e pesquisa em cerca de um quarto no mercado de câmbio do Grupo dos 10. A automação também ganhou preferência depois que alguns dos maiores bancos do mundo se envolveram em escândalos de manipulação cambial que resultaram em mais de US$ 10 bilhões em penalidades. No mês passado, um ex-executivo do HSBC foi o primeiro indivíduo condenado por front-running depois que as revelações desencadearam investigações ao redor do mundo.

“Esses escândalos só aceleraram o avanço” em direção à tecnologia que permite que os investidores executem pedidos on-line e obtenham preços melhores com mais rapidez, disse Paresh Upadhyaya, gerente de portfólio da Amundi Pioneer Asset Management, que administra cerca de US$ 83 bilhões. “Isso deixa as pessoas um pouco nervosas e faz com que aceitem mais as regras”, disse Upadhyaya, que também tem assento no conselho consultivo da conferência e participou da pesquisa.

A pesquisa mostra que os participantes do mercado ainda têm espaço para ampliar a parcela do trading independente dos humanos, já que 62 por cento dos participantes automatizaram um quarto de seus fluxos ou menos. Apenas 8 por cento afirmaram que a automação representava mais da metade dos fluxos.

“É uma tendência irreversível”, disse Upadhyaya. “O foco na gestão de recursos é claramente a melhor execução para os nossos acionistas e também é importante manter as despesas baixas.”

Prioridades, regulação

Veja a seguir outras conclusões da pesquisa TradeTech FX, realizada no terceiro trimestre:
– As maiores prioridades das mesas de trading cambial, além da melhor execução, são: reavaliar relações entre corretoras e contrapartes (54 por cento dos entrevistados), encontrar métodos alternativos para obter liquidez (49 por cento) e reduzir custos (47 por cento);
– A regulação teve um efeito positivo geral sobre os mercados de capitais na última década (64 por cento dos entrevistados concordam);
– Londres perderá o status de capital global de câmbio após o Brexit (77 por cento dos entrevistados concordam).

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