Por Aline Oyamada.
Analistas de ações do Brasil estão aumentando as previsões de lucro tão rapidamente que mesmo o mercado acionário de melhor desempenho do mundo não está conseguindo acompanhar o passo.
Com a economia se recuperando de sua pior recessão em um século e as empresas se recuperando das investigações de corrupção que atingiram várias blue chips, o Ibovespa saltou 13 por cento este ano, a maior alta entre os principais índices de ações do mundo. Mas as estimativas de lucro subiram ainda mais rápido, deixando uma medida popular de valuation mais de 4% abaixo do recorde de um ano alcançada em outubro.
Isso é um sinal para otimistas como JPMorgan de que o rali de ações tem espaço para crescer à medida que o crescimento econômico se recupera para reconquistar terreno perdido após a recessão de dois anos. A desaceleração forçou as empresas a cortar custos e reduzir a alavancagem. E com os custos de empréstimos em mínimas históricas, o cenário para os lucros só deve melhorar, de acordo com Sophie Bosch, gestora de recursos cujo JPMorgan Latin America Equity Fund teve desempenho melhor que 97 por cento dos pares este ano.
“As empresas que passaram pela crise mais severa da história do Brasil saíram mais preparadas”, disse Bosch em uma entrevista de Nova York.
O JPMorgan se junta à BlackRock em um coro de otimistas em ações que também inclui alguns dos principais gestores de fundos do Brasil. Marcio Appel, cujo hedge fund superou 89% dos pares no ano passado, disse em fevereiro que o Ibovespa poderia duplicar nos próximos 12 meses. Luis Stuhlberger, cujo fundo Verde teve retorno total oito vezes maior que o do Ibovespa nos últimos 20 anos, vem recomprando ações nos últimos meses. Guilherme Ache, sócio da Squadra Investimentos, diz que o rali está apenas começando.
“Estar overweight em Brasil é um consenso entre investidores globais”, disse Bosch.
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