Ilan mira centro da meta e corrige mercado

Por Josué Leonel e Marisa Castellani, com a colaboração de Patricia Lara.

O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, corrigiu parcialmente a visão dos investidores sobre a possibilidade de o BC retomar o corte dos juros nos próximos meses. O mercado ainda vê cortes no segundo semestre, mas colocou mais fichas na aposta de que o alívio começará em outubro e reduziu a expectativa de redução em agosto, majoritária até ontem. Há quem pense que talvez nem haja corte de juros em 2016.

Basicamente, o mercado reage a duas informações contidas no discurso de Ilan e no relatório de inflação divulgado hoje pelo BC: 1) o BC mantém a mira no centro da meta de inflação de 4,5% em 2017, sem adotar uma meta ajustada nem estender o horizonte de alcance, como o mercado especulou após discurso do próprio Ilan no Senado sobre uma trajetória de convergência “desafiadora e crível”. Hoje, ao falar no BC, Ilan rejeitou essa leitura; 2) o BC, no relatório, projetou IPCA em 4,7% em 2017, ainda acima do centro da meta, contrariando a ata do último Copom comandado por Alexandre Tombini, que cravou a inflação em 4,5%. Ou seja, o BC de Ilan ainda vê a inflação acima do seu objetivo.

A fala de Ilan sobre a inflação ter de cair para o centro da meta, a rigor, não mostra mudança em relação ao discurso do seu antecessor. Tombini também prometia inflação no centro da meta. O que mudou, segundo um operador de renda fixa do Rio de Janeiro, tem mais a ver com credibilidade: o mercado simplesmente tem mais confiança que o BC, sob o comando de Ilan, entregará o resultado prometido. A equipe de Tombini também mirava a meta, mas nunca entregou. Com o Ilan, o mercado acha que o BC vai cumprir, diz o operador, que falou sob condição de anonimato por não ser autorizado a falar publicamente.

 

7-25-2016 9-36-05 AM

 

O novo presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, corrigiu parcialmente a visão dos investidores sobre a possibilidade de o BC retomar o corte dos juros nos próximos meses. O mercado ainda vê cortes no segundo semestre, mas colocou mais fichas na aposta de que o alívio começará em outubro e reduziu a expectativa de redução em agosto, majoritária até ontem. Há quem pense que talvez nem haja corte de juros em 2016.

Basicamente, o mercado reage a duas informações contidas no discurso de Ilan e no relatório de inflação divulgado hoje pelo BC: 1) o BC mantém a mira no centro da meta de inflação de 4,5% em 2017, sem adotar uma meta ajustada nem estender o horizonte de alcance, como o mercado especulou após discurso do próprio Ilan no Senado sobre uma trajetória de convergência “desafiadora e crível”. Hoje, ao falar no BC, Ilan rejeitou essa leitura; 2) o BC, no relatório, projetou IPCA em 4,7% em 2017, ainda acima do centro da meta, contrariando a ata do último Copom comandado por Alexandre Tombini, que cravou a inflação em 4,5%. Ou seja, o BC de Ilan ainda vê a inflação acima do seu objetivo.

A fala de Ilan sobre a inflação ter de cair para o centro da meta, a rigor, não mostra mudança em relação ao discurso do seu antecessor. Tombini também prometia inflação no centro da meta. O que mudou, segundo um operador de renda fixa do Rio de Janeiro, tem mais a ver com credibilidade: o mercado simplesmente tem mais confiança que o BC, sob o comando de Ilan, entregará o resultado prometido. A equipe de Tombini também mirava a meta, mas nunca entregou. Com o Ilan, o mercado acha que o BC vai cumprir, diz o operador, que falou sob condição de anonimato por não ser autorizado a falar publicamente.

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