Índia estuda riscos do wi-fi em voos e não libera conexão

Por Anurag Kotoky.

Os indianos, a segunda maior população do mundo de usuários de internet, foram informados que a decisão que lhes permitiria usar o Facebook e o WhatsApp durante os voos sairia em setembro. Mas eles continuam no aguardo devido a preocupações relativas à segurança.

Os atrasos para a obtenção da aprovação regulatória para o uso de wi-fi no espaço aéreo indiano não estão dissuadindo a operadora de satélite Inmarsat, que afirmou já estar em negociações antecipadas com companhias aéreas, como a Jet Airways India e a unidade local da Singapore Airlines, sobre o fornecimento de conectividade em seus voos.

“Estamos muito atentos à movimentação em torno do ambiente regulatório”, disse Rash Jhanjee, diretor de desenvolvimento no mercado de companhias aéreas para Índia, Oriente Médio e África da Inmarsat, em entrevista. “O consumidor indiano, o usuário corporativo médio desses aviões, agora quer ter conectividade tanto no solo quanto no ar.”

O secretário da Aviação Civil, R.N. Choubey, disse que havia “uma chance muito boa” de que a autorização para operar wi-fi no espaço aéreo indiano fosse concedida em cerca de 10 dias. Isso foi em 24 de agosto, mas as autoridades não estão mais perto de definir uma data para o início. Enquanto isso, todas as companhias aéreas precisam desativar o acesso wi-fi quando sobrevoam a Índia, o maior mercado do Facebook, — uma regra que as companhias aéreas estrangeiras estão fazendo pressão para que seja abolida.

O Ministério do Interior da Índia manifestou preocupação de que o wi-fi em voos possa representar uma ameaça à segurança devido à dificuldade de rastrear o uso de voz e dos dados no ar e outros questionaram se existiria um mercado para esse serviço em um país onde há tarifas básicas com desconto a partir de apenas 2 centavos de dólar.

A Direção Geral de Aviação Civil da Índia está estudando o assunto para garantir que “todas as considerações sejam tratadas adequadamente”, disse o vice-ministro da Aviação, Jayant Sinha, em uma entrevista no dia 6 de outubro. “Assim que isso for feito nós emitiremos um comunicado”, disse ele, preferindo não dar um prazo para a decisão.

O órgão regulador afirmou que ainda não recebeu uma proposta do Ministério da Aviação sobre o uso de wi-fi no espaço aéreo indiano.

“Ter um serviço de internet a bordo de um avião não deveria ser considerado um luxo”, disse Mark D. Martin, fundador da consultoria de aviação Martin Consulting LLC, com sede em Dubai, em uma entrevista. “Hoje em dia, a internet é um imperativo. Você precisa saber o que está acontecendo no mundo. Você tem que estar em contato, tem que estar conectado.”

Ele disse que as companhias aéreas precisariam ponderar os custos. Os passageiros na Índia pagam apenas US$ 10,36 por cada 100 quilômetros de voo, a tarifa mais barata do mundo, e o órgão regulador indiano intervém quando são cobradas tarifas adicionais.

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