Intervenção no câmbio compensa no mercado que mais cresce na América Latina

Por Rodrigo Michelotti e Ralph Cope.

Peru, um dos países mais dolarizados da América Latina, viu sua moeda se desvalorizar menos que o resto da região. A intervenção do Banco Central ajudou a limitar o enfraquecimento do sol e conter uma volatilidade que poderia ter desencorajado os investidores.
 

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O Banco Central fez leilões de swaps intermoedas para atender à demanda do mercado por instrumentos de hedging, como contratos a termo de moeda sem entrega física, e evitar maior depreciação. O total de swaps intermoedas dólar-sol foi de 7,8 bilhões de dólares, o que corresponde, aproximadamente, a 8 por cento das reservas internacionais brutas do Peru.

O Brasil, pioneiro nos leilões de swaps intermoedas para lidar com a desvalorização cambial, tem 100 bilhões de dólares em swaps dólar-real, ou 30% das suas reservas.

O Banco Central também estabeleceu altas proporções de exigências para reservas nos compromissos com moedas estrangeiras e diminui as exigências para a moeda local. A instituição também fez emissões regulares de certificados de depósito com a meta de aumentar a liquidez da moeda local no longo prazo e facilitar a substituição de crédito em dólar por soles.

Como resultado dessa intervenção, o sol se desvalorizou em 13,5 por cento nos últimos dois anos, a menor redução entre as moedas mais negociadas da América Latina. No mesmo período, a flutuação média do sol em três meses foi a menor da América Latina, em 3,84 por cento.
 

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Esse esforço parece ter beneficiado a economia do Peru. De acordo com as últimas previsões, os economistas esperam que o PIB do Peru cresça 4,1 por cento, ano a ano, no segundo semestre. O número deve crescer 3,5 por cento em 2015, ante 2,4 por cento em 2014, o que fará do país a economia com maior crescimento na região este ano.

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