Por Rodrigo Michelotti.
O Peru está exposto a mesma influência econômica negativa assim como o resto da América Latina, mas a intervenção do banco central manteve a depreciação da moeda, tanto quanto seus pares. O Banco Central do Peru tem poder de fogo e vai manter esse desempenho superior.
O sol desvalorizou-se em 13 por cento nos últimos dois anos em relação ao dólar americano. Em contrapartida, o Chile – uma economia com um perfil comercial semelhante em que a intervenção esteve ausente – viu o peso cair 26 por cento. Uma vez que tanto o Peru quanto o Chile têm perfis econômicos e comerciais semelhantes, a sua taxas de câmbio deveriam se mover juntas.
Os índices dos termos de troca realizados pelo Citi medem o desempenho relativo de exportação de commodities e preços das importações. Uma leitura positiva significa que os preços de exportação superaram os preços das importações, e um leitura negativa significa o oposto. Os índices dos dois países são relativamente próximos: para os últimos três anos, o coeficiente de correlação de movimentos diários foi de 0,88.
O Peru é um dos mais dolarizados da AL, com cerca de 35 por cento de todos os empréstimos pendentes em moeda americana, por isso o Banco Central procura manter a estabilidade cambial. Para fazer isto, eles intervém através de leilões de swap cambial, canais regulares de certificados vinculados ao dólar de depósito e limites rigorosos nas negociação de derivativos de câmbio.
O Peru vendeu US$ 6,2 bilhões de suas reservas em dólar americano nos primeiros oito meses deste ano para reforçar o sol. O país agora tem cerca de US$60 bilhões em reservas estrangeiras, valor abaixo dos US$68 bilhões em 2013. O Peru também tem a maior proporção da região reservas em relação ao PIB, em torno de 30 por cento, o que é o dobro do Chile, Brasil, Colômbia e México.
O país tem um objetivo claro de estabilizar sua moeda, juntamente com a ampliação de suas reservas em dólar – isso deve manter o sol protegido do dólar.