Investidores analisam se CEOs mulheres melhoram retornos

Por Alicia Ritcey.

Alguns investidores estão concluindo que as empresas com mais mulheres no alto escalão apresentam um desempenho melhor. Agora, eles estão começando a se perguntar: quanto uma CEO acrescenta aos retornos do mercado?

Por um lado, uma empresa dirigida por uma mulher atingiu o auge das iniciativas de diversidade corporativa, mas, por outro lado, alguns investidores temem que mulheres sejam nomeadas com muita frequência para dirigir empresas em dificuldades e corram para um “penhasco de vidro”. Os retornos do mercado comprovam ambos os argumentos, porque mostram que muitas vezes as CEOs oferecem um desempenho forte, mas também recebem uma tarefa difícil para começar.

“É a visão cínica”, disse Alison Cook, professora de administração da Utah State University que estudou o penhasco de vidro. É possível que as mulheres aceitem uma tarefa difícil porque esta é uma das poucas oportunidades que elas têm, ao passo que os homens talvez recusem porque sabem que “têm poucas chances de ter sucesso e se tornar heróis”, disse ela.

Na verdade, em 2016, ainda é raro que uma mulher dirija uma empresa no S&P 500. Somente 5 por cento das empresas no índice tinham uma CEO, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Mas o debate está ganhando um novo significado à medida que investidores injetam milhões de dólares em fundos e índices com estratégias baseadas na diversidade corporativa. No período de seis meses até junho, os ativos ligados a ações e dívida com estratégias baseadas em gênero cresceram 150 por cento, para US$ 560 milhões, de acordo com a empresa de investimentos Veris Wealth Partners.

As CEOs realmente tendem a ter um desempenho melhor, segundo dados compilados pela Bloomberg. Das 16 mulheres CEOs no índice S&P 500 que estiveram no cargo durante pelo menos três anos, 75 por cento tiveram um desempenho superior ao do índice desde que assumiram o comando. Esse grupo inclui as CEOs da PepsiCo, Indra Nooyi, e da Lockheed Martin, Marillyn Hewson.

Contudo, muitas das empresas que nomeiam uma CEO estão tendo um desempenho inferior. Quase 38 por cento das empresas no S&P 500 onde as mulheres tiveram bons desempenhos apresentaram retornos de mercado negativos no ano anterior à gestão feminina ou durante seu primeiro ano no cargo, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Um estudo da Utah State feito em 2015 concluiu que, das 52 CEOs de empresas no ranking Fortune 500 nomeadas entre 1955 e 2014, 42 por cento assumiram o cargo durante uma crise ou uma retração do mercado. O número se compara com 22 por cento para uma amostra equivalente de CEOs homens.

As CEOs costumam estar cientes das possíveis armadilhas do penhasco, disse Trina Gordon, CEO da empresa de recrutamento de executivos Boyden World em Chicago, e elas tendem a fazer enorme quantidade due dilligence antes de aceitar o cargo. “Elas analisam todos os detalhes”, disse Gordon. “As CEOs assumem riscos de forma muito calculada”.

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