Contexto
O Real está sofrendo perdas graves à medida que crescem as tensões políticas. O governo sofre pressão para diminuir o déficit orçamentário, diminuir o alvo de inflação e manter o rating de crédito do país.
A Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito soberano do país pela primeira vez em mais de uma década no ano passado, mas classificou o Brasil com status de grau de investimento em março com perspectiva estável. O S&P classifica o país um nível acima de “junk”, com BBB-. A Moody’s ofereceu uma perspectiva negativa na classificação de crédito brasileira em setembro do ano passado.
A impossibilidade de cumprir metas fiscais, a contração da economia e a queda contínua de popularidade da presidente Dilma Rousseff estão aumentando o pessimismo dos analistas de câmbio. “Os investidores buscam proteção contra os problemas que vemos no Brasil, então eles compram dólares”, disse Jefferson Rugik, negociador de câmbio na Correparti Corretora de Câmbio em Curitiba. “Não há expectativas de que as coisas vão melhorar no curto prazo, e a queda da moeda mostra isso claramente”.
O problema
Em 24 de julho o Real tinha queda mensal de 7,3%. Além disso, tem apresentado o pior desempenho entre as principais moedas em 2015, e já caiu 21% no ano. Está agora no menor nível desde março de 2003.
As funcionalidades da Bloomberg revelam que as chamadas mais negociadas no dia 24 de julho serão compensadas se o real enfraquecer mais que 3,35 por dólar. Nessa data, uma das negociações individuais mais agressivas teve preço de 4,70 (29% mais fraco que o preço atual), data de vencimento em julho de 2016 e valor nocional de US$40 milhões. Três negociações, avaliadas em US$420 milhões, batem 3,677 (ou quase 9% mais fraco) e expiram em outubro.
Traders de opções que faziam apostas sobre o real no momento em que ocorria a baixa de 12 anos veem ainda mais enfraquecimento ante o dólar, com previsões que apontam que a moeda pode desvalorizar até 30% mais em julho do ano que vem.
Rastreando o real
Use as funções do terminal da Bloomberg para avaliar a moeda de pior desempenho entre as principais avaliadas nesse ano.