Investidores buscam proteção por medo de saída do Reino Unido da UE

Por Adam Haigh e Anuchit Nguyen com a colaboração de Ian Sayson, Yuko Takeo, Lilian Karunungan, Netty Ismail e Jonathan Burgos.

A Brexit está de volta e, da Austrália à Tailândia, os investidores estão buscando proteção.

A libra caiu e a volatilidade da moeda subiu nesta segunda-feira depois que duas pesquisas mostraram que mais britânicos são favoráveis à saída da União Europeia no referendo de 23 de junho do que à permanência. Isto levou uma gestora de recursos localizada a 16.900 quilômetros de distância, em Sidney, a comprar proteção ao mercado de ações, enquanto uma corretora de Bangkok está aconselhando seus clientes a reduzirem as ações e segurarem o dinheiro extra.

“Não quero parecer assustador, mas o mercado não está preparado para isso”, disse Nader Naeimi, da AMP Capital Investors, empresa de Sidney que administra mais de US$ 110 bilhões. Ele vem comprando contratos futuros com base na volatilidade das ações europeias e americanas e prevê que os eleitores escolherão permanecer na UE. “Faz sentido comprar alguma proteção. O medo, a preocupação e a volatilidade tendem a se intensificar à medida que nos aproximamos do referendo”.

A State Street Global Advisors, que administra US$ 2 trilhões, recomenda a venda de ações britânicas e europeias. Win Udomrachtavanich, presidente do conselho da Ktb Securities (Thailand) em Bangkok, diz que os poupadores deveriam reduzir a quantidade de ações que possuem e manter dinheiro vivo. O Goldman Sachs Assets Management, que administra mais de US$ 1 trilhão, disse na semana passada que caminhará para a votação da Brexit “com pouco risco britânico nos portfólios”.

Os mercados asiáticos chegaram a cair 0,5 por cento na segunda-feira após os resultados das pesquisas e a libra apresentou declínios contra seus 16 principais pares. O crescimento menor que o esperado dos empregos nos EUA no mês passado também pesou sobre o sentimento, gerando o temor de que a maior economia do mundo esteja com problemas.

A desvalorização da libra ajudava o FTSE 100 Index a subir 0,7 por cento às 9h53 em Londres, maior alta entre todos os mercados da Europa Ocidental monitorados pela Bloomberg. Apesar de o índice regional Stoxx Europe 600 ter caído 6,7 por cento neste ano, as ações britânicas se mantiveram relativamente intocadas, eliminando o prejuízo anual graças à moeda desvalorizada e à recuperação das mineradoras.

Contudo, as gestoras de recursos internacionais se tornaram ainda mais cautelosas em relação a um mercado que já era o menos favorito delas. A alocação dessas empresas em ações do país atingiu os níveis mais baixos desde 2008, segundo uma pesquisa do Bank of America publicada no mês passado.

Uma pesquisa da YouGov para a ITV apontou que 45 por cento votariam pela saída no referendo de 23 de junho e que 41 por cento escolheriam a permanência. Uma pesquisa diferente, da TNS, mostrou 43 por cento favoráveis à saída e 41 por cento à permanência.

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