Investidores correm para emergentes e batem recordes em fundos

Por Alastair Marsh e Siddharth Verma.

Os investidores estão correndo para as dívidas de mercados emergentes com tanta velocidade que já superaram o recorde estabelecido há duas semanas.

As entradas líquidas para fundos que compram títulos de mercados emergentes atingiram uma alta histórica no período de uma semana até 20 de julho, segundo o Bank of America — US$ 4,9 bilhões, para ser preciso. É mais de um bilhão acima do recorde anterior, registrado apenas duas semanas antes, o que indica que a “grande migração” para essa classe de ativos anunciada pela BlackRock está ganhando ritmo rapidamente.

Com a pilha de títulos abaixo de zero crescendo a cada dia nos mercados desenvolvidos, a caçada global por rendimentos segue firmemente seu caminho e ajuda a explicar por que os gestores de fundos da BlackRock dizem que os mercados de maior risco serão um destino atraente para o dinheiro que está fugindo dos baixos retornos oferecidos em outras partes. Os títulos com yields negativos são prejuízo garantido para os investidores que mantêm a dívida até o vencimento, mas alguns deles têm se mostrado dispostos a aceitar a condição em troca de segurança em um mundo volátil.

Esses yields fizeram outros investidores se interessarem pelo risco dos mercados emergentes, ajudando essa classe de ativos a se livrar de um bear market de três anos. Não é difícil entender o porquê: parte dos títulos de dívida de melhor desempenho desde o referendo britânico de junho — cujo resultado é um dos grandes responsáveis pela escassez maior de rendimento — são títulos em dólares de El Salvador, Mongólia e Zâmbia.

Quase a mesma quantidade de dinheiro está sendo injetada em fundos de ações de mercados emergentes e em títulos. Os US$ 4,7 bilhões investidos nos mercados de ações dos países emergentes ao longo da mesma semana equivalem ao maior total em 12 meses, disse o Bank of America, citando dados da EPFR Global. Com os rendimentos reais altos dos títulos soberanos dos mercados emergentes em relação à curva de yields achatada nos EUA, os dados sugerem que os investidores estão ignorando os riscos políticos que vêm sendo expostos por eventos como a tentativa fracassada de golpe na Turquia da semana passada, mesmo que a contragosto.

No início da semana, analistas do Morgan Stanley melhoraram de “underweight” para “neutral” os ativos de renda fixa dos mercados emergentes, dizendo que estes mercados estão “ganhando o concurso do ‘menos feio’”. Os fundamentos econômicos estão melhorando em relação aos mercados desenvolvidos e a classe de ativos pode entregar retornos totais moderadamente positivos, disseram eles.

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