Investidores em ações punem os pecadores originais do México

Por Ralph Cope.

Depois da crise financeira, diversas empresas mexicanas continuaram apaixonadas pelo financiamento barato em moeda estrangeira, o “pecado original” dos mercados emergentes, conforme foi definido pelos economistas Barry Eichengreen e Ricardo Hausmann. Os investidores agora estão punindo os pecadores ao mesmo tempo em que premiam os que foram mais santos. Nos últimos cinco anos, 78 empresas mexicanas listadas na bolsa aumentaram sua dívida em moeda estrangeira para um total de 1,5 trilhão de pesos equivalentes, ou 89 bilhões de dólares.

No mesmo período, 12 empresas reduziram sua participação em dívida externa em um total de 216 bilhões de pesos. As 76 empresas restantes das 166 listadas na Bolsa de Valores do México mantiveram seus empréstimos em moeda estrangeira sem modificações. Carteiras de backtesting com mais de cinco anos mostram como os investidores diferenciaram as empresas que pagaram suas dívidas daquelas que pegaram mais dinheiro.
 

pag04_A

 
A “carteira com maior dívida estrangeira” (veja gráfico) está igualmente ponderada com as dez empresas mexicanas que tiveram o maior aumento em financiamento estrangeiro. A “carteira com menor dívida estrangeira” é ponderada igualmente entre as dez empresas mexicanas que mais tiveram queda nos empréstimos em moeda estrangeira. As ponderações foram pensadas para variar em um período de cinco anos e nenhum rebalanceamento foi feito.
 

pag04_B

 
A carteira com maior dívida estrangeira teve melhor desempenho que a carteira com menor dívida quando o peso estava valorizado, entre setembro de 2011 e maio de 2013. Depois do discurso mal-humorado do presidente do FED, Ben S. Bernanke, em maio de 2013, a lacuna começou a diminuir e, em pouco tempo, a carteira com menor dívida passou a ter desempenho melhor. Os dados de retorno totais incluem dividendos que foram reinvestidos em ações.

Agende uma demo.