Por Elaine He.
Sabe aquela cara de surpresa que os investidores fizeram durante a maior parte de 2016? Ela ainda não vai desaparecer. A volatilidade política veio para ficar.
Para quase um terço dos investidores de crédito de alta qualificação, o populismo na política é a maior preocupação para os próximos 12 meses, segundo relatório do Bank of America Merrill Lynch Global Research publicado em 19 de dezembro. Em pesquisa similar, em outubro, antes da vitória surpresa de Donald Trump na eleição para a presidência dos EUA, menos de um em cada 10 apontava o fator como sua maior preocupação.
Eles têm motivos para isso. Holanda, França e Alemanha realizarão eleições nacionais nos próximos meses. Como o desemprego e a estagnação dos salários geram antipatia nos eleitores em relação à imigração, existe o risco de uma reviravolta populista. Partidos como o AfD, da Alemanha, e a Frente Nacional, da França, registraram ganhos em pesquisas de opinião recentes.
Nenhum desses adversários populistas pode vencer — a constituição alemã foi desenvolvida para promover coalizões consensuais. Mas a severidade da ameaça percebida ainda pode mover os mercados. A libra, por exemplo, subiu e caiu ao sabor das chances de uma decisão pela permanência no referendo do Brexit.
E nenhum dos fatores que geraram volatilidade em 2016 desapareceu. Ainda há um Brexit a ser negociado e Trump assumirá em 20 de janeiro. Prepare-se.
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