Por Cristiane Lucchesi e Felipe Marques.
O Itaú Unibanco Holding, o maior banco da América Latina por valor de mercado, está avaliando se deve emitir mais títulos perpétuos internacionalmente para liberar capital, de acordo com Caio David, CFO.
“É mais eficiente do ponto de vista dos acionistas ter tanta dívida subordinada quanto possível”, disse ele.
O Itaú pode ter até 150 pontos base de seu capital de Nível 1 composto por dívida perpétua. O banco emitiu títulos deste tipo em 2017, representando apenas 60 desses pontos base.
O Itaú poderia voltar, no futuro, ao mercado de dívida perpétua, dependendo das condições, disse David, sem especificar um cronograma para a emissão.
Os acionistas se beneficiam do excesso de capital, que pode ser devolvido a eles sob a forma de dividendos ou usado para recomprar ações, o que reduziria o número de ações e aumentaria o dividendo pago por ação.
Se o banco decidir cancelar as ações que compra, como o Itaú fez recentemente, as mesmas participações dos acionistas representarão uma maior fatia do capital total.
Em 5 de dezembro, o Itaú definiu o preço de seus primeiros títulos subordinados perpétuos, com um total de US$ 1,25 bilhão a uma taxa fixa de 6,125 por cento ao ano, que será aplicável até o quinto aniversário da data da emissão; o cupom será definido novamente a cada cinco anos.
Em 15 de dezembro, o Itaú disse que cancelaria cerca de 32 milhões de ações com direito a voto que comprou em uma venda em bloco, em 14 de dezembro, da Fundação Antonio e Helena Zerrenner (FAHZ), um acionista da Ambev, por cerca de R$ 1,18 bilhão, de acordo com comunicado.
Empresas brasileiras, como a Rumo e a Rede D’Or São Luiz, estão considerando emitir novos títulos, considerando que o CDS 5 anos do Brasil chegou a cair para abaixo de 146 pontos base, no menor nível desde setembro de 2014.
A JSL confirmou emissão de US$ 300 milhões com yield de 6,75% e vencimento em 2024.
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