Japão precisa redefinir problema de envelhecimento

Por Yoshiaki Nohara.

Quando uma pessoa se torna idosa?

Esta é uma pergunta cada vez mais importante no Japão, o país com a população mais velha do mundo, onde o desafio é manter as pessoas saudáveis e produtivas agora que vivem mais tempo.

A resposta deveria ser aos 75 anos, dez anos mais tarde do que muitas pessoas pensam agora, segundo dois grupos de médicos especializados em envelhecimento.

As pessoas da faixa etária de 65 a 74 anos deveriam ser consideradas “pré-idosas”, afirmaram a Sociedade Gerontológica do Japão e a Sociedade de Geriatria do Japão em um relatório no mês passado. A palavra “idoso” caberia melhor para alguém na faixa etária de 75 a 89 anos e a definição especial de “superidoso” poderia ser adotada para pessoas com 90 anos ou mais, afirmaram.

Os especialistas abordaram o assunto sob um ponto de vista essencialmente médico e não há sinais de que o governo esteja analisando uma medida desse tipo. Se o governo decidisse aplicar essas definições ao mercado de trabalho, o número de possíveis trabalhadores poderia aumentar em mais de 10 milhões.

Graças a melhorias em nutrição, saúde e condições sanitárias, os idosos de hoje estão em muito melhor forma do que os das gerações passadas e classificá-los como aposentados é um desperdício, disse Yasuyoshi Ouchi, um dos arquitetos do relatório.

“Há muitas pessoas com mais de 65 anos que são saudáveis e enérgicas”, disse Ouchi, ele mesmo uma pessoa ativa aos 68. “Essas pessoas estão dispostas a contribuir para a sociedade trabalhando, seja de forma remunerada ou não remunerada.”

Uma pesquisa do governo com cerca de 4.000 pessoas com 60 anos ou mais apontou que 51 por cento da população não se considerava idosa. A maioria disse que o rótulo deveria ser aplicado a pessoas com 70 anos ou mais.

Diante do encolhimento da força de trabalho e dos crescentes custos de assistência social, o governo está gradualmente elevando a idade mínima para a aposentadoria de 60 para 65 anos.

Ouchi, que é médico e presidente do Toranomon Hospital em Tóquio, disse que a intenção não era oferecer uma justificação política para adiar a aposentadoria.

O objetivo de trabalhar mais tempo é permanecer ativo e saudável e conter os crescentes custos médicos e ao mesmo tempo aliviar a carga para as gerações mais jovens, disse ele.

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