JBS avança em negociação com bancos para alongar dívidas: Fontes

Por Gerson Freitas Jr. e Felipe Marques.

Os maiores credores bancários da JBS estão negociando a ampliação do acordo de estabilização da dívida por mais três anos, já que a maior produtora de carne do mundo continua reduzindo seu endividamento, de acordo com duas pessoas a par do assunto.

Segundo a proposta que está sendo discutida, os bancos dariam à empresa com sede em São Paulo mais tempo para pagar cerca de R$ 15 bilhões (US$ 4,6 bilhões) em dívidas que vencem em julho, desde que a JBS continue com o cronograma de amortização trimestral com que se comprometeu no ano passado, disse uma das pessoas. As condições do novo acordo, incluindo mudanças nas taxas de juros e garantias, ainda estão sendo negociadas, disseram as pessoas, que pediram anonimato porque as discussões são privadas.

Embora não exista garantia de que se chegará a um acordo, as negociações estão avançando e poderia haver um acordo nos próximos meses, disseram as pessoas. Uma porta-voz da JBS não quis comentar as negociações.

Uma extensão do acordo de estabilização da dívida mostraria que a JBS continua gerando mais caixa enquanto se recupera de uma série de escândalos que abalaram a empresa e o setor frigorífico no ano passado.

Acordo de julho

Os maiores credores da JBS concordaram em julho de 2017 por uma extensão de 12 meses nas disponibilidades de crédito de curto prazo para a empresa que somavam então R$ 20,5 bilhões. No acordo, a JBS concordou com garantias adicionais, com um pagamento inicial de 10 por cento da dívida e se comprometeu a usar o produto da venda de ativos para fazer pagamentos adicionais. As negociações para a extensão do acordo começaram três meses depois.

Segundo as condições do acordo de julho, os credores conseguiram obter garantias adicionais e um pagamento inicial de 10 por cento do valor pendente no decorrer do ano seguinte. Os bancos também seriam os primeiros a serem pagos com a venda de ativos da JBS, e 80 por cento do produto de qualquer venda será usado para pagar as dívidas com os bancos, disse uma das pessoas. Outro acordo foi feito com o Itaú Unibanco Holding, que receberá um pagamento inicial maior que o dos outros bancos, mas nenhuma garantia adicional.

Venda de ativos

A JBS já pagou cerca de 30 por cento do montante incluído no acordo original, disse uma das pessoas. A empresa arrecadou mais de R$ 6 bilhões vendendo ativos, incluindo operações de carne bovina na Argentina, no Uruguai e no Paraguai, ativos de alimentação de gado na América do Norte e sua unidade de frango no Reino Unido. O caixa das operações no terceiro trimestre foi de R$ 2,8 bilhões, quase o dobro que o registrado no ano anterior, já que a JBS aproveitou a forte demanda nos EUA e a ração de gado barata.

O jornal Valor Econômico foi o primeiro a noticiar o novo vencimento de três anos para a extensão.

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