Por Suzanne Woolley.
Os americanos de 18 a 34 anos (a tal geração Y) aparentemente adoram a ideia de empreendedorismo. Mas como muitos estão sobrecarregados por enormes dívidas contraídas para pagar a faculdade, eles não têm dinheiro para criar startups. Uma nova pesquisa mostra que estão entrando a contragosto no mercado de trabalho privado.
Mais de 55 por cento deles pensam que sua geração é mais empreendedora do que a geração X e até mais que os baby boomers (geração nascida após a Segunda Guerra Mundial). Na realidade, há menos empreendedores entre os integrantes da geração Y, que, além disso, estão indo na direção oposta: uma parcela maior enxerga na ascensão dentro da hierarquia de empresas já existentes o melhor caminho para o sucesso.
Na geração Y, 62 por cento consideraram criar seus próprios negócios e 72 por cento entendem que as startups são “essenciais para novos empregos e inovação”, segundo a pesquisa The Millennial Economy, que sondou 1.200 pessoas entre 18 e 34 anos e foi encomendada pela EY (que antes se chamava Ernst & Young) e pelo Grupo de Inovação Econômica (EIG). Segundo o estudo, 42 por cento disseram que não contam com as condições para serem empreendedores, em parte devido à dívida estudantil, que, para 48 por cento, limitou suas perspectivas de carreira.
Isso não significa que a geração Y aplauda a ideia de ter um empreendedor eleito à presidência dos EUA em novembro. “Esta é uma geração indefinida, dividida politicamente”, disse John Lettieri, que dirige o setor de desenvolvimento de políticas, pesquisa econômica e esforços legislativos do EIG. “Eles não se animam com nenhum dos dois partidos em grande número. Na pesquisa, os que se identificaram como independentes foram mais que o dobro do número de pessoas que se identificaram como republicanas ou democratas.”
“Existe uma percepção (não apenas dentro da geração Y), mas muita gente acha que as startups nunca foram tão atraentes — e, particularmente, que os jovens estão mais envolvidos com as startups enquanto geração do que as gerações anteriores”, disse Lettieri. “Mas nada disso é verdade. Os dados mostram um distanciamento econômico de longo prazo do empreendedorismo e da formação de novos negócios. Temos uma taxa decrescente de formação de novos negócios que se acelerou drasticamente após a grande recessão.”
Não é boa notícia para uma geração já bastante aborrecida com suas perspectivas. Embora a geração Y diga que é patriota e “compre a ideia de que os EUA são um lugar do qual devam se orgulhar”, seus integrantes foram marcados pela incerteza econômica enfrentada por seus pais enquanto se formavam na faculdade, disse Lettieri. Isso dá a eles uma visão surpreendentemente conservadora.
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