JPMorgan deve manter bônus inalterado para traders, bancários

Por Hugh Son.

O JPMorgan Chase, maior banco de investimento do mundo em receita, manterá o montante de bônus a ser pago praticamente inalterado em relação a 2014, o que aumenta a pressão sobre seus enfraquecidos concorrentes, segundo fontes informadas sobre o plano.

O banco informou sua decisão inicial no começo deste mês aos principais gerentes em um momento em que as mesas se preparam para discutir a remuneração de fim de ano com os funcionários, disseram as fontes, que pediram anonimato por se tratar de assuntos internos. Embora o plano do JPMorgan ainda possa mudar dependendo do desempenho das negociações em dezembro, sua medida para preservar o montante resiste à tendência de concorrentes europeus como o Deutsche Bank, que está se preparando para reduzir as remunerações.

“Manter o nível, hoje, é como dar um aumento”, disse Michael Karp, CEO da empresa de recrutamento Options Group. É uma proeza para qualquer banco manter o montante a ser pago em meio aos custos elevados de compliance e às novas regulações, disse ele. “Os setores de ações e de investment banking irão subsidiar os bônus para a renda fixa neste ano”.

O JPMorgan, liderado pelo CEO Jamie Dimon, manteve seu modelo de banco internacional enquanto os rivais europeus se retiraram de determinados segmentos e cortaram despesas devido a regras que tornaram os negócios menos rentáveis. A remuneração da divisão de banco corporativo e de investimento da empresa com sede em Nova York consumiu 30 por cento da receita da divisão no ano passado, uma proporção que permaneceu estável nos últimos cinco anos. A receita durante os nove primeiros meses de 2015 caiu 2,7 por cento em relação ao ano anterior, para US$ 26,5 bilhões, superando uma queda de 2 por cento da empresa como um todo.

Cortes dos concorrentes

O Deutsche Bank, maior banco de investimento da Europa, poderá cortar seu montante de bônus neste ano em 500 milhões de euros (US$ 529 milhões), ou em quase um terço, em um momento em que o co-presidente John Cryan dinamiza a empresa, disseram fontes informadas sobre o assunto no mês passado. O Credit Suisse, segundo maior banco da Suíça, planeja reduzir seu montante em até 60 por cento e alguns bancários do Barclays poderão ficar sem bônus neste ano, informou nesta semana o Sunday Times, de Londres, sem identificar fontes.

O montante de bônus de uma empresa representa sua alocação total para o pagamento de incentivos e a remuneração dos indivíduos varia de acordo com os desempenhos e a performance das mesas de negociação nas quais trabalham. Globalmente, os traders de ações provavelmente verão um salto médio de 8 por cento nos salários neste ano, liderado pelas unidades de derivativos e de negociações eletrônicas, segundo um relatório da Options Group. Os funcionários de investiment bank poderão obter 5 por cento a mais. Os traders de renda fixa enfrentam uma queda de 4 por cento impulsionada por declínios entre as equipes de produtos securitizados e de crédito.

Os custos totais do JPMorgan com remunerações em 2014, que incluem salários e benefícios, foram de US$ 10,4 bilhões, um declínio de 3,6 por cento em relação ao ano anterior. A divisão de trading e segmento bancário tinha 49.384 funcionários até 30 de setembro, cerca de 4 por cento menos que um ano antes. Brian Marchiony, porta-voz do JPMorgan, preferiu não comentar sobre as remunerações.

Um ambiente particularmente forte ou ruim para o trading em dezembro pode fazer com que os bancos ajustem seus montantes de bônus. No fim do ano passado um desempenho ruim levou o Citigroup a reduzir seu montante de bônus para os traders e os vendedores depois da instituição planejar mantê-los estáveis.

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