Julius Baer entra no México prevendo crescimento na riqueza; Colômbia é o próximo passo

Por Giles Broom.

Julius Baer comprou uma participação em uma empresa financeira mexicana na primeira incursão do banco suíço em um dos países do mundo com mais rápido crescimento de riqueza privada.

Julius Baer, terceiro maior gestor de riqueza da Suíça, fechou a compra de 40 por cento na NSC Asesores, a principal consultoria independente da Cidade do México, com cerca de 3 bilhões de dólares em ativos no seu portfólio, confirmou o banco baseado na Suíça em comunicado no dia 20 de julho. Os termos do acordo não foram divulgados.

Há a possibilidade acordada de Julius Baer aumentar sua participação no futuro, de acordo com informações divulgadas pelo chief financial officer Dieter Enkelmann em uma apresentação em Zurique. O banco suíço entra no time de empresas como Santander, JPMorgan e Credit Suisse, que também oferecem serviços bancários no México.
“Estamos muito confiantes na economia do México e no seu crescimento”, disse Boris Collardi, o chief executive officer do Julius Baer, 41 anos, em entrevista por telefone. “O potencial é gigantesco.”

A economia mexicana avançou 2,5 por cento no primeiro trimestre, em comparação com o ano anterior, o que é um ritmo mais forte que a Alemanha, a França e a economia suíça, que está em retração.

A riqueza privada na América Latina cresceu cerca de 10 por cento, para 3,7 trilhões de dólares, ante 3,4 trilhões de dólares em 2014, com os resultados positivos mexicanos avançando em 15 por cento, de acordo com um levantamento do Boston Consulting Group feito em junho. A riqueza na América Latina deve atingir 6,6 trilhões de dólares até 2019, ultrapassando o ritmo de crescimento do Oriente Médio e da África, de acordo com o BCG.
 

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Ainda que os mexicanos afluentes tenham tido a tendência de enviar seu dinheiro para os Estados Unidos ou a Suíça no passado, o mercado local está recebendo uma participação crescente dessa riqueza, disse Collardi. A Julius Baer vai atender seus clientes mexicanos fora do seu país de residência apenas se o banco possuir as garantias de cumprimento das obrigações fiscais, ele acrescentou.

Colômbia na Lista de Compras

Collardi destacou uma tendência semelhante de offshore para onshore no Brasil, o principal mercado de gestão de riqueza da região, onde a Julius Baer reforçou sua participação na consultoria financeira GPS Investimentos Financeiros e Participações para 80 por cento no ano passado.

“Não me surpreenderia se, em pouco tempo, tivéssemos alguma iniciativa do governo brasileiro para repatriar impostos de contas offshore não declaradas”, disse o CEO. “O modelo de negócios para o futuro vai precisar ter alguma forma de operação local como nós temos ou ter um negócio totalmente compatível na esfera fiscal, mesmo cruzando fronteiras.”

A Julius Baer também possui escritórios em outros países da América Latina, como Panamá, Uruguai, Chile e Peru, e tem um booking center nas Bahamas. Collardi disse que a Colômbia é a próxima na lista de compras na América Latina. O CEO também disse que tem interesse em fechar aquisições na Suíça e em mercados emergentes diferentes, incluindo a Ásia.

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