Por Yoolim Lee.
A Baidu é muitas vezes citada como o Google da China, com um valor de mercado de mais de US$ 60 bilhões. Mas, em 2000, era uma empresa incipiente, que não conseguia chamar a atenção dos investidores — com exceção de um sujeito chamado Finian Tan.
Tan, na época chefe da DFJ Eplanet Ventures para a Ásia, começou a investir no motor de busca, apostando que 1,3 bilhão de chineses acabariam usando internet. Quando a empresa abriu seu capital, cinco anos depois, a firma de Tan foi a maior beneficiada, com uma participação maior que a de 22 por cento mantida pelo cofundador da Baidu e agora bilionário Robin Li. Ele está fazendo uma aposta similar na Samumed, uma empresa de medicina regenerativa com sede em San Diego, nos EUA, que é avaliada em US$ 12 bilhões.
O que atraiu Tan foi a abordagem da Samumed para o tratamento de condições como joelho artrítico, perda de cabelo, fibrose pulmonar e doença degenerativa do disco. A empresa busca novas terapias para esses problemas e para o câncer com drogas que se concentram nas vias de sinalização celular e oferecem a promessa de reverter os processos biológicos do envelhecimento.
“Apenas duas vezes na minha vida apostei tão alto no primeiro dia”, diz Tan, 54, natural de Cingapura, que ajudou a fundar a Vickers Venture Partners em 2005. “A Samumed vai render ainda mais dinheiro para nós.”
O CEO da Samumed é o empresário turco-americano Osman Kibar, que conseguiu captar mais de US$ 300 milhões com financiamento privado para a companhia que fundou em 2008. Antes disso, Kibar foi fundador científico da Genoptix, empresa de diagnóstico oncológico comprada pela Novartis por US$ 470 milhões em 2011.
Tan começou a investir na Samumed em 2012. Hoje, a Vickers e seus coinvestidores possuem cerca de 11 por cento da empresa, fatia que inclui 3,8 por cento em posse apenas da Vickers. A empresa de Tan é a única firma de capital de risco que apoia a Samumed e o restante do financiamento vem principalmente de family offices institucionais, informou a startup.
Os potenciais medicamentos da Samumed estão sendo testados em cinco estudos com pacientes, segundo seu website. A empresa busca formas de reparar ou regenerar tecidos humanos por meio de drogas que se concentram no complexo sistema conhecido como via Wnt — um processo fundamental para a regulação do desenvolvimento de células, para a proliferação de células e para a regeneração de tecidos.
A compreensão científica dessa atividade biológica representa uma grande descoberta para a abordagem de doenças humanas, segundo Elizabeth Vincan, cientista médica sênior da Universidade de Melbourne, que convocou o primeiro encontro internacional sobre o Wnt na Austrália em 2014.
“A via Wnt é uma das formas de comunicação das células, e a via Wnt diz às células o que elas são, onde precisam estar e o que precisam se tornar”, diz ela. “É muito importante em diversas doenças humanas, por isso a via Wnt é possivelmente a via mais estudada agora em termos de desenvolvimento de medicamentos”. Vincan continua: “o processo de envelhecimento nada mais é que células que ficam cansadas, e se for possível rejuvenescê-las, certamente será possível reverter o processo.”
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