Ligas esportivas menores encontram seu lugar no Twitter

Por Reade Pickert.

Quando a ESPN transmitiu os playoffs profissionais do lacrosse indoor profissional para os assinantes da TV paga dos EUA no ano passado, cerca de 4.000 pessoas sintonizaram, em média. Neste ano, a National Lacrosse League atingiu uma média de quase 344.000 espectadores para cada “Jogo da Semana” transmitido pelo Twitter.

No caso do futebol americano e do beisebol, que têm contratos nacionais de TV bilionários, uma opção de visualização pela internet é uma aposta inteligente no futuro e uma forma de agradar os fãs mais leais. Para o lacrosse profissional e outros esportes pequenos, a opção do streaming on-line é imprescindível, mesmo quando as equipes são de propriedade de bilionários como o Buffalo Bandits de Terry Pegula ou o Colorado Mammoths de Stan Kroenke.

“Nós não estamos nas grandes redes lineares”, disse o comissário da NLL, Nick Sakiewicz, em entrevista. “Poderemos estar algum dia, quando essas redes quiserem o nosso conteúdo e a nossa audiência, mas por enquanto o OTT com certeza é a melhor maneira”, disse ele, usando a sigla da expressão em inglês over-the-top viewing, ou seja, transmissão pela internet.

Até recentemente, as pequenas ligas tinham poucas opções para exposição nacional. Incapazes de atrair grandes públicos nos EUA como o futebol americano e o basquete, elas muitas vezes não recebem comissões pelos direitos de transmissão ou até pagam para colocar suas partidas na TV.

Em outras oportunidades, talvez tenham apenas as finais transmitidas ao vivo pela TV. Empresas independentes de produção digital como a Sportsrocket e a NeuLion possibilitaram que esportes menores alcançassem mais telespectadores de forma barata.

Embora seja pouco provável que a passagem dos esportes menores para o streaming on-line represente uma ameaça para emissoras tradicionais como a ESPN, os modelos comerciais que estas ligas estão estabelecendo podem ser uma janela para o futuro da transmissão esportiva. Mais consumidores estão cancelando suas assinaturas de TV a cabo na era da internet e até mesmo a ESPN — uma das emissoras de maior audiência nos EUA — está criando um serviço de streaming de vídeos que as pessoas poderão comprar sem ter TV a cabo.

“Existe uma flexibilidade agora para oferecer conteúdo diretamente para o seu público e ganhar dinheiro em troca”, afirmou Lee Berke, CEO da consultoria LHB Sports, Entertainment & Media. “Por que não criar sua própria emissora?”

A liga de lacrosse, formada por nove equipes, fez isso no ano passado com a NLL TV, segundo Sakiewicz. O canal OTT por assinatura, respaldado por anúncios, é oferecido pela internet e na TV por meio de aparelhos de streaming como o Roku e a Apple TV.

“As ligas menores, apesar de terem fãs tão apaixonados que exigem grande qualidade, não contavam com os recursos”, afirmou Brian Bedol, fundador e CEO da Sportsrocket, que tem sede em Nova York e realiza transmissões on-line para a NLL. Ele chama seus serviços OTT de “a versão do fracking para a mídia”, que permite que esportes menos populares explorem riquezas de audiências menores e mais difíceis de alcançar.

Ao trabalhar com diversos clientes, incluindo a Arena Football League e a DeerHunter.TV, a Sportsrocket mantém os custos baixos e oferece transmissões de alta qualidade a ligas como a NLL por uma fração do que custaria a TV convencional, disse Bedol.

A NLL agora tem novas fontes de receita: vendas de anúncios dos jogos semanais no Twitter e sua própria NLL TV, além de mais de 25.000 assinantes que pagam até US$ 34,95 por ano. Com a NLL TV disponível 24 horas por dia, a liga tem mais a oferecer aos anunciantes, o que aumentou as vendas e os patrocínios, disse o diretor de marketing Ashley Dabb.

“O mais importante é que isso dá aos fãs um lugar para ir”, disse Dabb.

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