A Bloomberg inaugurou o novo escritório em Brasília nesta manhã promovendo um painel com alguns dos mais importantes tomadores de decisão do País. Diante de autoridades, clientes e jornalistas, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira, expuseram seus objetivos e perspectivas sobre a situação política, fiscal e econômica neste momento em que o Brasil tenta sair da pior recessão de sua história a partir da reforma do Estado.
Assista à gravação completa do evento:
O líder do governo no Senado, Romero Jucá, o ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, e o líder do PMDB na Câmara de Deputados, Baleia Rossi, prestigiaram o evento, que foi aberto por John McCorry, editor executivo para as Américas da Bloomberg News, e mediado por Raymond Colitt, chefe da sucursal na capital federal.
Os panelistas reafirmaram o objetivo do governo do presidente Michel Temer de retomar uma trajetória de crescimento sustentável por meio de reformas reconhecidamente árduas, mas indispensáveis, os avanços já observados em termos de inflação e controle das despesas públicas e a enorme importância da aprovação da reforma da Previdência para o futuro imediato e o longo prazo.
Maia informou que o prazo para aprovação da reforma na Câmara é entre o final de abril e o início de maio. “Teremos um desafio muito grande em curto espaço de tempo que é mostrar à sociedade e ao Parlamento que fora das reformas propostas, sobra muito pouca alternativa”, ele disse. “Se não fizermos agora, faremos de forma muito mais amarga no futuro e em situação mais desfavorável.”
O ministro da Fazenda afirmou estar confiante na aprovação do texto pelo Congresso e que o governo não trabalha com outra possibilidade nem faz planos de contingência. “Não cabe falar em plano B”, disse Meirelles, ressaltando que a aprovação do teto de gastos públicos estabeleceu um marco constitucional que incentiva os parlamentares a votar a favor da proposta.
“Se não faz a reforma da Previdência, o que existe de margem para outras despesas começa a ser comprimido de maneira forte, retirando margem de alocação de despesas que não só são fundamentais para a sociedade, mas de despesas que são de interesse de parlamentares que são representantes de suas populações e respectivos Estados. Conseguimos um alinhamento de interesses”, garantiu Meirelles.
Segundo ele, embora o governo não pretenda aumentar impostos, o objetivo maior é atingir a meta fiscal, de modo que não está descartada a elevação temporária de tributos para cumpri-la.
O ministro interino do Planejamento enfatizou que a meta fiscal é a “prioridade número um” do governo, garantindo a previsibilidade, a estabilização das expectativas dos agentes econômicos e a definição de uma base estrutural que propicie o crescimento econômico sustentável. Ele se mostrou otimista tanto com a aprovação da reforma da Previdência quanto com seus efeitos sobre a dinâmica da economia no longo prazo. “Com a aprovação da reforma da Previdência, teremos um divisor de águas.”
“O governo tem combinado, de um lado, uma agenda de consolidação e de estabilização macroeconômica com reformas microeconômicas, reformas de marco legal e de melhoria da produtividade no País”, disse. “A agenda está dando certo”, disse Dyogo.