Mais ricos do mundo perderam US$ 1,4 trilhão em 2022 após ganhos acelerados durante a pandemia

Por Yoojung Lee. Exibido antes no Terminal Bloomberg.

As 500 pessoas mais ricas do mundo perderam um total de US$ 1,4 trilhão este ano, incluindo US$ 206 bilhões somente na segunda-feira, segundo o Bloomberg Billionaires Index, à medida que os mercados financeiros globais afundam sob o peso de taxas de juros mais altas e ansiedade inflacionária.

O contraste é forte em relação ao ano passado, quando os mercados em alta impulsionaram a população mundial de indivíduos de alto patrimônio líquido em cerca de 8%, incluindo 13% na América do Norte, de acordo com relatório da Capgemini World Wealth divulgado na terça-feira.

Os dados indicam que a categoria de ricos na Ásia-Pacífico cresceu apenas 4,2%, ficando atrás da Europa e ficando ainda mais atrás da América do Norte, após dominar o crescimento dos mais ricos na última década.

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A repressão chinesa às empresas de tecnologia e o desânimo do mercado imobiliário foram parte da razão, mas também refletiu ganhos ferozes no mercado de ações dos EUA, que ajudaram a inflar tudo, de criptomoedas a valores de propriedades. Agora, com a inflação em disparada, isso rapidamente se reverte, provocando preocupações sobre a intensidade com que o Fed aumentará as taxas.

Apesar disso, o relatório da Capgemini ilustra o quanto a pandemia da Covid-19 e a resposta monetária beneficiaram a elite econômica, e onde ela reside predominantemente.

EUA, Japão, China e Alemanha permanecem entre os principais países onde se concentra a maioria dos mais ricos do mundo. Os quatro abrigam quase 64% dos indivíduos de alto patrimônio líquido em todo o mundo, segundo o relatório da Capgemini.

Além disso, mesmo entre indivíduos de alto patrimônio líquido, os mais ricos tiveram os maiores benefícios. Pessoas com ativos de investimento de US$ 30 milhões ou mais viram um salto de 9,6% em suas fortunas em relação a 2020, o ritmo mais rápido entre as coortes estudadas pelo relatório. Entre aqueles com US$ 1 milhão a US$ 5 milhões – definidos como “milionários da porta ao lado” – tiveram o crescimento de riqueza mais lento, a 7,8%.

O relatório também destacou que as mulheres de todas as faixas etárias devem herdar 70% das fortunas globais nas próximas duas gerações. A enorme riqueza criada a partir das altas avaliações de empresas de tecnologia e startups também deu origem a indivíduos mais jovens e ricos, inclusive na esfera de criptomoedas.

É claro, essa rápida ascensão agora está sob cerco à medida que Bitcoin, Ether e o restante do cenário das criptomoedas despenca e as startups de tecnologia descobrem que levantar novo capital está prestes a ficar muito mais caro.

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