Mão aberta dos bancos centrais estimula demanda por ouro

Por Jasmine Ng.

O ouro está em alta, uma cortesia do Federal Reserve. O metal caminha para o maior avanço semanal desde julho depois que o banco central dos EUA optou mais uma vez por deixar a taxa básica de juros inalterada e revisar para baixo a projeção para futuros aumentos.

O lingote para entrega imediata era negociado com pouca alteração, em US$ 1.336,72 a onça, às 11:05 em Londres, após um quarto dia de ganhos na quinta-feira, segundo a precificação genérica da Bloomberg. O metal subiu 2 por cento nesta semana. Trata-se da maior escalada desde a semana encerrada em 29 de julho, embalada pela desvalorização do dólar e pelo aumento das aplicações de investidores em fundos negociados em bolsa garantidos por lingotes. Prata, platina e paládio também caminham para avanços semanais.

O ouro também deve registrar um terceiro trimestre seguido de alta, no que seria o período mais longo de ganhos desde 2011, quando os preços bateram recordes. Nesta semana, o Fed freou os planos de aperto monetário e o Banco do Japão ajustou o foco dos estímulos, alimentando apostas de que as autoridades europeias manterão a postura de flexibilização. Os esforços dos principais bancos centrais para estimular o crescimento econômico, incluindo juros baixos ou negativos e compras de ativos, estão impulsionando a demanda por ouro como reserva de valor.

Apetite ‘reanimado’

“A inação do Fed reanimou o apetite do investidor pelo ouro”, de acordo com relatório do Australia & New Zealand Banking Group. “Embora o corte na projeção do Fed para os juros e o dólar mais fraco sem dúvida respondam por parte disso, os esforços contínuos do Banco do Japão para ampliar os estímulos econômicos também ajudaram.”

O índice Bloomberg Dollar Spot, que monitora o dólar em relação a 10 das principais moedas, recuou 0,8 por cento nesta semana. Embora a cúpula do Fed tenha sinalizado que ainda trabalha com um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica neste ano, agora seus diretores preveem apenas duas altas no ano que vem, enquanto a projeção mediana de junho era de três elevações.

O ouro tem muitos entusiastas. No grupo dos otimistas, Diego Parrilla, da Old Mutual Global Investors, disse à Bloomberg neste mês que, em um mundo de política monetária “sem limites”, onde prevalecem os juros baixos ou negativos, a cotação deve bater recorde nos próximos cinco anos.

Os ativos em ouro nos fundos negociados em bolsa (ETFs) aumentaram todos os meses deste ano, exceto por uma ligeira queda de menos de 1 por cento em abril. Após a decisão do Fed, o montante subiu cerca de sete toneladas para 2.031, nível mais alto em mais de duas semanas, de acordo com dados compilados pela Bloomberg.

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