Marcas de tênis esportivos disputam praticantes de Crossfit

Por Kyle Stock.

Como consumidor, Steven Pokk tem uma companhia muito exclusiva. Assim como as lendas do basquete Shaquille O’Neill, Dee Brown e Allen Iverson, Pokk possui 15 pares de tênis Reebok.

Mas a marca de propriedade da Adidas caiu desde seu auge nas quadras da NBA, nos anos 1980 e 1990. Para tentar se recuperar, assinou um acordo de 10 anos em 2011 para ser a marca de materiais esportivos oficial do Crossfit, à época um incipiente regime de exercícios que misturava uma série de estratégias para cuidar da forma física, desde pesos e máquinas de remo até corrida e calistenia. Foi uma jogada inteligente para uma empresa desesperada para continuar sendo relevante.

Na época, Pokk, um personal trainer de 33 anos de Nova York, estava se somando à loucura do Crossfit. Com seus tênis projetados especificamente para esse tipo de treino e um desconto de 15 por cento, a Reebok o transformou em um evangelista da marca, um dos primeiros desde todos aqueles grandes do basquete dos anos 1990.

No fim de 2014, Pokk e alguns colegas abriram uma academia: a Crossfit Kingsboro, no Brooklyn, em Nova York. Um mês depois, a Nike, arqui-inimiga da Adidas, começou silenciosamente a vender seu primeiro tênis de treino para os praticantes de Crossfit, o Metcon. Pokk correu para comprar um par. Agora ele possui oito pares e os usa para a academia, para levar seus cachorros para passear e, bem, o tempo todo. “Eu estou com eles agora”, disse ele, saindo para uma viagem de férias na Austrália.

Enquanto briga com a Adidas por uma fatia do mercado global de chuteiras de futebol e tenta abrir vantagem sobre a Under Armour nas quadras de basquete, a Nike está silenciosamente entrando em uma categoria multibilionária que pode ter um impacto muito maior sobre o futuro do mercado de tênis. A Reebok, enquanto isso, tenta manter participação no único lugar onde decidiu, previdentemente, plantar sua bandeira.

A Nike preferiu não responder a perguntas para essa reportagem, citando o período de silêncio anterior ao seu balanço de resultados, a ser divulgado em 20 de dezembro. E a Reebok informou que não há forma confiável de medir participação de mercado na comunidade do Crossfit, por isso nós, da Bloombeg, decidimos realizar uma pequena pesquisa por conta própria. Fomos a cinco academias espalhadas pelo país para ver o que as pessoas estavam usando para se exercitarem. Nessa pesquisa reconhecidamente não-científica, a Nike era a marca usada por pouco mais da metade dos praticantes de Crossfit, a Reebok respondeu por uma fatia de pouco mais de um quarto e o restante ficou dividido entre marcas menores especializadas em corrida como Asics e New Balance e em startups de treinamento cruzado como a No Bull.

Não se engane, o prêmio por vencer essa batalha das academias será muito importante. “Esta se tornou a propriedade fitness de crescimento mais rápido do mundo”, disse o presidente da Reebok, Matt O’Toole.

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