Masisa vai impulsionar exportações na Venezuela e Argentina para compensar perdas no câmbio, diz CFO

Por Carolina Wilson.

Com sede no Chile, fabricante de painéis de madeira Masisa-SA pretende aumentar as suas exportações da Venezuela e Argentina para ajudar a compensar eventuais perdas de desvalorização da moeda, disse o CFO Eugenio Arteaga. A Venezuela é o maior mercado da Masisa.

“Diante de uma desvalorização significativa na Venezuela, o negócio de exportação é mais rentável”, respondeu por e-mail Arteaga, de Santiago, em 1° de dezembro. “Por esta razão, esperamos aumentar significativamente as exportações da Venezuela, o que poderia compensar uma possível queda na demanda local se ocorrer um ajuste significativo.”

Ele acrescentou que isto poderia gerar mais dólares porque o governo da Venezuela permite às empresas conservar 60 por cento das receitas que fazem de exportação no exterior. Masisa exporta quase 25 por cento da sua produção venezuelana.
 

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Masisa utiliza a taxa de câmbio Simadi – quase 200 bolívares por dólar em 30 de novembro – para relatar suas receitas denominadas em bolivar. A empresa chilena enfrenta um cenário semelhante na Argentina, que espera para ver uma desvalorização significativa após a tomada de posse do presidente eleito Mauricio Macri.

“Estamos à espera de um anúncio de Macri sobre seu plano”, disse Arteaga. “Em um cenário de desvalorização significativo, o nosso plano é aumentar imediatamente as exportações na Argentina, que podem chegar a até 50 por cento.”

Exportações atuais da Masisa estão em cerca de 25 por cento da sua produção na Argentina. Ele também espera ver um benefício na receita pela inflação.

“O que é importante aqui, é que 25 por cento das nossas operações na Argentina seriam impactadas favoravelmente por uma desvalorização porque nossa receita de exportação é realmente em dólares, com apenas uma parte dos custos sendo na moeda local”, disse Arteaga.
Em 2014, a Masisa tinha 24 por cento da receita total – cerca de US$ 371 milhões – a partir da Venezuela. Cerca de 9,4 por cento (US$ 145 milhões) vieram da Argentina.

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