Meirelles esboça plano para corrigir economia caso assuma frente do Ministério da Fazenda

Por Anna Edgerton.

Henrique Meirelles, provável a emergir como Ministro da Fazenda do Brasil se a presidente Dilma Rousseff for cassada, delineou seu plano para consertar a economia, após reunião com o vice-presidente Michel Temer e seus assessores mais próximos em Brasília, em 2 de maio. Ele diz que o Brasil deve reduzir a sua dívida pública para restaurar a confiança e oferecer às empresas privadas mais concessões para retomar o crescimento econômico.

“O Brasil precisa começar com medidas que irão reverter a trajetória” da dívida pública, Meirelles disse a jornalistas ao deixar a residência oficial do vice-presidente. Outro foco será “concessões para impulsionar investimentos diretos em infraestrutura para inicialmente criar demanda e empregos e eventualmente reduzir os custos no país.”

Os mercados se recuperaram nos últimos meses na esperança de que Temer vai assumir a maior economia da América Latina mediante fim antecipado do governo de Dilma. Meirelles será o chefe da equipe econômica de Temer, responsável por escolher o próximo presidente do Banco Central e ser a única pessoa autorizada a falar sobre a política econômica, de acordo com dois assessores de Temer que participaram em discussões para formar seu gabinete futuro.

Meirelles disse que encontrou Temer, que pode assumir a Presidência a partir de 12 de maio, para lhe proporcionar uma avaliação da atual crise econômica. O Senado está programado para votar no dia 11 de maio sobre a possibilidade de iniciar um processo de impeachment contra Rousseff. Se a maioria dos 81 senadores concordarem que há base suficiente para iniciar um julgamento, Rousseff deve deixar o cargo temporariamente, enquanto o Senado finaliza o procedimento. Ela provavelmente seria notificada da decisão em 12 de maio, quando o voto será concluído tarde da noite.

Como presidente, Temer teria que tomar medidas para reduzir a carga da dívida do Brasil para evitar uma ação mais drástica no futuro, disse Meirelles. Ele disse que a resolução dos desequilíbrios orçamentários é a chave para criar um ciclo que permitirá que as taxas de juro caiam. Ele disse que a redução dos gastos públicos como regra para diminuírem as despesas do governo, dependendo do crescimento econômico, poderia ser considerada. Detalhes da política ainda estão sendo finalizados, Temer ainda está recebendo líderes políticos e representantes da indústria para ouvir sugestões, disse ele.

A reforma das pensões do Brasil, que os investidores gostariam de ver, vai depender “da definição de prioridades depois de tomadas as decisões políticas”, disse Meirelles em um esforço para evitar confrontos com grupos políticos, como os sindicatos, que se opõem à medida.

Time Temer: Meirelles e Jucá são considerados peças chaves

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Ministro da Fazenda: Henrique Meirelles

O ex-presidente do Banco Central seria responsável pela política econômica sob a presidência de Michel Temer. Ele lideraria a equipe econômica e escolheria o chefe do Banco Central. Para evitar sinais contraditórios, Meirelles será o único membro do gabinete autorizado a falar sobre a política econômica.

 

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Ministro do planejamento: Romero Jucá

O senador Romero Jucá é membro do partido PMDB de Temer. Ele era o líder do governo no Senado durante o mandato de Fernando Henrique Cardoso, Lula e Rousseff. Ele ajudou a construir o apoio para cortes de gastos propostos pelo ex-ministro das Finanças, Joaquim Levy.

 

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Relações internacionais: José Serra

O Senador José Serra é membro do principal partido de oposição do Brasil, o PSDB. Ele seria nomeado para o Ministério de Relações Internacionais para ajudar a construir o apoio entre seu partido e o governo de Temer. Serra concorreu à presidência em 2010.

 

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Banco Central

Temer está entre três ou quatro nomes, incluindo o economista-chefe do Itaú Ilan Goldfajn e Mario Mesquita do Brasil Plural. Ambos foram ex-diretores do Banco Central.

 

 

Chefe de gabinete: Eliseu Padilha

Eliseu Padilha foi chefe do Ministério da Aviação Civil da presidente Rousseff. Ele é um amigo próximo de Temer e seria responsável por coordenar a ação do governo em todos os ministérios.

 

Relações Institucionais: Geddel Vieira Lima

Geddel Vieira foi ministro da Integração Nacional no governo Lula e vice-presidente do banco estatal Caixa no governo Dilma. Ele seria a ligação principal de Temer com o Congresso.

 

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