Por Srinivasan Sivabalan.
As ações da América Latina estão tendo o melhor começo de ano desde 1988, pelo menos, e se aproximam de um bull market. Os investidores estão apostando que o crescimento econômico ganhará força e que os governos recém-eleitos implementarão reformas.
Os ganhos do índice MSCI EM Latin America até 15 de janeiro somaram mais de 10 por cento, superando períodos semelhantes para qualquer ano, incluindo o rali de 2006 liderado pelas commodities e a recuperação, em 1988, de uma crise de dívida regional. Com isso, o avanço em relação ao menor patamar do último bear market, em 11 de setembro do ano passado, está muito próximo do limite de 20 por cento que marcaria um novo bull market.
Os investidores estão voltando para a América Latina após um superciclo eleitoral de 14 eleições presidenciais em um período de dois anos. A estabilidade política, aliada à expectativa de maior crescimento econômico desde 2013, transformou a região em um ímã para gestores de recursos de mercados emergentes, que se recuperam do impacto da perda de US$ 3,76 trilhões do ano passado.
“Diante do cenário desafiador para os mercados emergentes, a América Latina é a única região que deverá se sair melhor do que em 2018”, escreveu Anjeza Kadilli, economista da Pictet Asset Management em Genebra. “As eleições levaram à formação de governos dispostos a reformar o setor público e a estimular a economia por meio de políticas de longo prazo.”
O MSCI Emerging Markets Index, o principal índice de ações dessa classe de ativos, avançou 3,8 por cento neste ano após um declínio anual de 17 por cento. Argentina, Brasil, Colômbia e México apresentaram as maiores altas em dólares, o que destaca o melhor desempenho da região. Os operadores apostam que o presidente Jair Bolsonaro consertará rapidamente o inchado sistema previdenciário do país, enquanto o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que teve um começo turbulento, tenta acalmar as preocupações dos investidores em relação à sua agenda populista.
A região emergente da Europa, do Oriente Médio e da África não está muito atrás, considerando que o subíndice da região leva os ganhos acumulados no ano a 4,9 por cento. Esse é o melhor começo de ano desde 2006, quando um rali liderado pelas commodities impulsionou mercados como a África do Sul e a Rússia.
Isso torna o desempenho da Ásia mais fraco dentro do mundo em desenvolvimento. As ações do continente subiram 2,5 por cento neste ano em meio a informações que revelam o colapso do comércio da China devido às pressões exercidas pelas tarifas dos EUA. As ações da Índia estão estagnadas em 2019 devido ao aumento dos preços do petróleo.
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