Mercado de bonds da Argentina entra em nova fase após farra de US$ 33 bilhões

Por Carolina Millan, Cristiane Lucchesi e Pablo Gonzalez.

As empresas argentinas que participaram no boom de US$ 33 bilhões em vendas de bonds nesse ano têm amplamente usado o dinheiro para refinanciar dívida

Isso está para mudar, de acordo com o JPMorgan.

Enquanto as emissões de 2017 dificilmente equipararão à disparada recorde desse ano, os tomadores de empréstimos corporativos provavelmente financiarão expansões e novos projetos, disse Facundo Gomez Minujin, que chefia a unidade argentina do banco sediada em Nova York. Companhias de energia liderarão o caminho, afirmou.

Vendas de ativos da Argentina no exterior saltaram após o presidente Mauricio Macri encerrar uma disputa de uma década com credores e retirar a nação do e um default mais cedo nesse ano. As companhias venderam US$ 5 bilhões em dívida no exterior, com todos dos nove emissores marcando parte do dinheiro para refinanciamento.

“Há um pipeline de companhias procurando vender bonds para investimentos concretos”, afirmou Gomez Minujin. “Há, definitivamente, companhias que não foram ao mercado ainda e que estarão olhando para emissões de dívida para financiar projetos de energia propostos pelo governo.”

O governo leiloou 1.109 megawatts de eletricidade renovável em 7 de outubro, que Gomez Minujinn disse que irá necessitar de financiamento, o que pode incluir venda de dívida e ações. Sebastian Kind, o subsecretário de energias renováveis, afirmou que a primeira rodada de propostas atrairá US$ 1,8 bilhão em investimentos.

A Central Puerto, maior geradora privada de energia da Argentina, já contratou bancos para emprestar US$ 500 milhões com a venda de bonds, que serão investidos em um parque eólico no sul da província de Buenos Aires.

A retomada do crescimento na Argentina e no vizinho Brasil em 2017 também atrairá mais demanda para o financiamento por dívida, de acordo com Gomez Minujin.

“A Argentina deve crescer no próximo ano, e o Brasil agora está se recuperando, o que é ótima notícia para a Argentina porque isso significa que haverá mais atividade comercial e as companhias buscarão capital para expandir ou fazer compras”, afirmou.

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