Por Elin McCoy.
Interessados em uma garrafa “corta” de Rosso di Napa?
Se existem duas palavras para o vinho em 2017, são elas experimentação e exploração. Uma sede inextinguível pelo novo significa que vinhos produzidos a partir de uvas menos conhecidas, como o Verdejo, e de regiões também não muito populares em Portugal, África do Sul e Arizona vão ganhar um “buzz”. (Detalhe: um vinho dos Açores entrou para minha lista dos “top 10” em 2016). Os dias em que os amantes do vinho só tomavam marcas conhecidas, de uvas de fácil pronunciação e garrafa tradicional são coisa do passado.
Isso não significa, no entanto, que vamos abrir mão do que sempre gostamos — por exemplo, prosecco e rosé, que saíram dos modismos para o mundo dos vinhos tradicionais, com alguns tropeços. Versões mais luxuosas de todos os tipos, especialmente o pink vino, estão chegando e irão, esperamos, dar um rápido fim à onda do frosé (rosé com gelo picado).
As mudanças climáticas permanecem em alta no meu radar das vinícolas. Cientistas afirmam que 2016 foi o ano mais quente da história e, embora o aquecimento global possa matar ursos polares, um modesto benefício é a ampliação das fronteiras para cultivar alguns tipos de uva, como a sensível pinot noir. Consideremos o caso da Alemanha, onde a spatburgunder (pinot noir) está melhor do que nunca, o Canadá e o Oregon, nos EUA, onde as últimas colheitas produziram uvas de alta qualidade.
Apesar da competição com a cerveja artesanal (com alta de 14,1 por cento, de acordo o grupo Beverage Information), a cidra (ganho de 10 por cento) e, agora, o uísque aromatizado (eca), a demanda por vinho continuará forte em 2017.
Mas tenho uma série de perguntas. Com o Brexit e as turbulências políticas, como as taxas de câmbio irão influenciar o que compramos? As vendas da vinícola do presidente eleito Donald Trump, no estado da Virgínia, EUA, vão subir ou cair? A região de Bordeaux, na França, finalmente reduzirá os preços para a promissora safra de 2016, sobre a qual darei detalhes neste segundo trimestre? E o caso de amor com alimentos defumados preparados em uma grelha a lenha será suficiente para colocar o zinfandel de volta ao topo?
Vinhos espumantes passam por uma fase positivamente efervescente nos EUA, no Reino Unido e até mesmo na China, parcialmente graças ao prosecco, mas também porque bebidas borbulhantes estão rapidamente se tornando comuns em qualquer tipo de comemoração (e de consolo). As vendas de champanhe nos EUA, por exemplo, mostravam alta de 10 por cento nas 52 semanas encerradas em 10 de setembro.
A busca por espumantes mais acessíveis vai levar consumidores incansáveis a novas opções além do prosecco e pét-nat. Regiões como Franciacorta, na Itália, e Tasmânia, na Austrália, começaram a romper o código do champanhe com novos toques na receita clássica. (No ano passado, previ que o fizz inglês ampliaria sua presença no mercado global, e nove marcas foram lançadas nos EUA no último trimestre de 2016 ou serão lançadas no começo de 2017.)
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