Mercado desenvolvido é o novo emergente, diz Goldman

Por Narae Kim.

O mundo de hoje se define por economias desenvolvidas voláteis e mercados emergentes cada vez mais estabilizados.

Esta é a perspectiva de Sheila Patel, presidente do International Goldman Sachs Asset Management. Ela argumenta que as estratégias de investimento deveriam ser ajustadas para se adequar a essa inversão da realidade.

“Quando analisamos as fontes da volatilidade, vemos que na verdade ela está surgindo dos mercados desenvolvidos, seja por causa das eleições ou do Brexit, existe uma dose de incerteza”, disse ela, em entrevista à Bloomberg TV nesta terça-feira, acrescentando à lista a falta de clareza em relação a decisões importantes do banco central.

Em contraste, com a recente estabilização do preço do petróleo, as fontes óbvias de volatilidade no mercado emergente continuam sob controle: “Em relação ao mercado emergente, acho que devemos continuar analisando a estabilidade que estamos começando a ver: a China, é claro, é o país grande que todos observaram, que provocou nervosismo, e agora as pessoas têm um pouco mais de confiança”, disse ela.

A melhora da perspectiva para a maior economia em desenvolvimento do mundo ajudou a aumentar o apetite dos clientes por risco. Patel afirma que, além de preferir os mercados emergentes em detrimento dos desenvolvidos, o Goldman Sachs Asset Management prefere ações à dívida.

Embora a transição para as ações do mercado emergente se baseie em uma perspectiva mais otimista em relação à China, onde, segundo Patel, o poder aquisitivo continua sólido, ela sugere uma abordagem “seletiva”, em que os investidores diferenciem “empresa por empresa, de verdade: é um lugar onde o investimento ativo provavelmente está fazendo mais sentido”.

Os mercados emergentes têm seus desafios idiossincráticos. A China, por exemplo, enfrenta tarefas importantes, como reformar suas empresas estatais e acabar com ciclos repetitivos de bolhas em distintas classes de ativos. Mesmo assim, Patel destaca que os investidores, motivados pela falta de rendimentos no mercado desenvolvido, já estão correndo para pôr as mãos em ativos do mercado emergente.

“De que as pessoas realmente precisam? Elas precisam de retorno… No fim das contas, se for possível obter um desempenho alfa com ações dos mercados emergentes, isso é retorno”, disse Patel. Ela acrescentou que os mercados emergentes de dívida também apresentam oportunidades de investimentos promissoras e que “a renda fixa asiática nos próximos anos será essencial”.

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