Por Vinícius Andrade.
Com a redução da Selic em 0,25 ponto percentual no primeiro encontro do Copom em 2018 precificada pelo mercado de juros futuros, aumenta a aposta na repetição da dose na reunião seguinte do Banco Central, em março. A precificação pelo CDIE apontava, às 15:11, um corte para as próximas duas reuniões de 36,46 pontos-base da Selic – hoje em 7,00%.
Na última terça-feira, o presidente do Banco Central Ilan Goldfajn afirmou que existe a possibilidade de redução de juros sem a aprovação da reforma da Previdência, desde que a inflação continue baixa e os riscos não se intensifiquem. Enquanto o cenário para o andamento da reforma previdenciária no Congresso permanece nebuloso, o IPCA deve fechar 2017 abaixo do piso da meta, segundo economistas consultados pela Bloomberg. O número de dezembro será divulgado na próxima quarta-feira.
O cenário-base da maioria das casas ainda conta com a Selic a 6,75% ao fim do ciclo de flexibilização monetária, mas o mercado deve monitorar de perto, em especial, dois importantes eventos no quadro doméstico no primeiro trimestre: o julgamento do ex-presidente Lula em 24 de janeiro e a votação de reforma da Previdência em fevereiro, cujos desfechos poderiam justificar uma postura mais agressiva da autoridade monetária.
“A comunicação do Banco Central, mesmo cortando 0,25 pp em fevereiro, talvez não seja de fechar a porta”, disse Flavio Serrano, economista sênior do banco Haitong. Para ele, uma eventual aprovação da reforma previdenciária pode elevar a chance do juro recuar a 6,5%. “Há um sentimento um pouco mais otimista com o que pode acontecer em janeiro e fevereiro.”
Entre em contato conosco e assine nosso serviço Bloomberg Professional.