Metais deixam commodities rivais para trás e China mostra força

Por Mark Burton e Eddie van Der Walt.

Os metais são os reis indiscutíveis das commodities e apresentam alguns dos melhores desempenhos do mundo entre os principais investimentos graças ao poder do Estado chinês.

Enquanto os preços da energia e da agricultura estão em queda nos mercados saturados, as seis melhores matérias-primas do Bloomberg Commodity Index neste ano são todas metais, principalmente devido às promessas da China de que usará seu controle sobre os produtores locais para conter a oferta.

O alumínio, que acumula uma alta de 20 por cento nos preços neste ano, ficou à frente do cobre, do zinco, do ouro, da prata e do níquel no índice, enquanto recursos naturais como açúcar, petróleo e soja estão mais baixos.

Um indicador da Bolsa de Metais de Londres para os preços de seis metais industriais subiu e atingiu o nível mais elevado em dois anos, superando ativos importantes como ações e títulos dos EUA.

“Não vejo nada que me faça duvidar da nossa crença de que os metais de base atualmente estão em um bull market”, afirmou Guy Wolf, chefe de análise de mercado da Marex Spectron Group. “À medida que as pessoas começarem a perceber que os motivos para o aumento dos preços são robustos e sustentáveis, isso trará mais dinheiro para o mercado.”

O panorama contrasta com o do petróleo, que ainda está abaixo de US$ 50 o barril após uma queda em 2014, enquanto o excedente da produção de xisto dos EUA persiste. A produção excessiva também está pesando sobre os mercados agrícolas, como a soja e o açúcar, e a União Europeia está próxima de liberar os agricultores para plantarem a quantidade de beterraba que desejarem.

A indústria do alumínio, atormentada pelo excesso de oferta desde a queda da demanda após a crise financeira global, há quase uma década, vem reduzindo os estoques. Cerca de 5 milhões de toneladas dos 7 milhões de toneladas de metal em excesso produzido de 2008 a 2011 já foram consumidas, segundo a empresa de pesquisa CRU Group.

Os preços também subiram neste ano com base nas expectativas de que os planos do governo chinês para limitar a capacidade local levarão a um déficit mundial do metal.

“O preço reagiu corretamente a esta mudança gradual na abordagem do governo chinês para o gerenciamento da produção de alumínio”, afirmou Eoin Dinsmore, consultor sênior da CRU. A demanda também está dando apoio, particularmente porque o uso pela indústria automotiva da China está aumentando, disse ele.

O país asiático também está por trás da escalada do cobre para o nível mais elevado em quase três anos, porque os esforços das autoridades para estimular o crescimento econômico impulsionaram a demanda industrial. O aumento do consumo da China, além de interrupções em minas de todo o mundo, provocou o aumento das apostas otimistas dos hedge funds.

“Já vimos no passado como a espuma especulativa nesses mercados pode levar os preços a níveis insustentáveis”, disse Ole Hansen, chefe de estratégia de commodities do Saxo Bank A/S, por telefone, de Copenhague.

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