México precisa de alta nos juros para fortalecer o peso

Por George Lei.

O banco central do México provavelmente precisará surpreender os mercados com uma alta maior do que a esperada nas taxas de juros nessa semana para apoiar o peso, que atingiu um recorde negativo contra o dólar após Donald Trump vencer as eleições norte-americanas.

Economistas pesquisados pela Bloomberg esperam um aumento na taxa de juros de referência do México de 4,75% para 5,25% em 17 de novembro. Mas o banco central provavelmente terá que subir em 75 pontos-base ou mais para evitar repetir uma estratégia que falhou em fevereiro, junho e setembro.

Custos de empréstimo mais altos nos EUA – os yields para os Treasuries de 10 anos saltaram para 2,22% em 14 de novembro, de 1,83% uma semana antes – também pedem uma resposta mais agressiva do banco central do México.

O ministério de finanças e o banco central do México têm adotado a estratégia de “esperar para ver” desde a vitória de Trump em 8 de novembro. Os formuladores de políticas provavelmente quiseram avaliar a reação do mercado e entender mais sobre políticas e propostas específicas do presidente eleito Trump antes de agir.

O fator negativo é que o banco central pode mais uma vez atrasar os mercados, que estavam esperando medidas intervencionistas imediatamente após a votação. Eles estavam aguardando por uma resposta do presidente do banco central Agustín Carstens, que disse em 3 de novembro que as autoridades estavam preparando planos de contingência independentemente dos resultados das eleições.

Dos 18 analistas pesquisados pela Bloomberg em 15 de novembro, 12 esperavam que o banco central iria aumentar a taxa de juros de referência para 5,25%. Dois previram que a taxa de juros permaneceria estável, enquanto outros quatro projetaram elevação de ao menos 75 pontos-base.

Dos seis bancos que atualizaram suas projeções de taxas de juros em uma pesquisa da Bloomberg desde a eleição de Trump, apenas o HSBC e o Wells Fargo esperam que o peso se enfraqueça ainda mais contra o dólar nesse trimestre, para 22 e 22,8, respectivamente. BNP Paribas, Barclays, Rabobank e Nordea Bank preveem que o peso se fortalecerá para 18, 19,5, 19,7 e 18,11, respectivamente. O peso fechou a 20,69 em 14 de novembro.

NOTA: George Lei é um estrategista de câmbio que escreve para a Bloomberg. As observações que ele faz são próprias e não têm intenção de servir como conselho de investimento.

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