Ministro Defesa: Conversa entre Boeing e Embraer 'dá casamento'

Por Fabiola Moura e Samy Adghirni.

Boeing Co. e Embraer SA estão mais perto de um acordo após meses de negociações, disse o novo ministro da defesa, abrindo a porta para a segunda grande aliança entre as principais fabricantes de aviões do mundo em seis meses.

As empresas continuam conversando e “estão se aproximando” de um acordo, o Ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna disse em uma entrevista terça-feira em uma feira de segurança em São Paulo.

“Eu diria de forma resumida que isso dá casamento”, disse Silva e Luna, que assumiu o ministério há seis semanas.

Os comentários marcaram uma mudança de tom no Ministério da Defesa, que tem sido cauteloso sobre um acordo por causa do papel da Embraer como uma das principais inovadoras brasileiras e um fornecedor crucial de tecnologia militar. No lado comercial, uma aliança com a Boeing ampliaria uma mudança no setor que começou em outubro, quando a Airbus SE concordou em assumir o controle do programa de jatos C-Series da Bombardier Inc.. Os C-Series concorrem com os aviões E2 da Embraer que estão estreando neste ano.

A Embraer subia 4,6 por cento, para 21,96 reais, às 12h05, em São Paulo, dando um salto depois que a Bloomberg News publicou os comentários do ministro. A Boeing subia 3,6%, para US $ 334,14. As empresas não quiseram comentar.

Arranjo matrimonial

Silva e Luna disse que os detalhes do que seria uma aliança entre a Embraer e a Boeing, sediada em Chicago, ainda não estão claros.

“Não me pergunte o tipo de casamento, se é com comunhão total de bens, comunhão parcial de bens ou separação de bens”, disse ele.

Uma opção em discussão é uma joint venture que incluiria os jatos comerciais da empresa em vez de uma aquisição total da Embraer, como reportou a Bloomberg em fevereiro. Mas um acordo também precisa tratar das outras unidades da empresa, disse Silva e Luna, citando o acordo de marketing dos aviões de transporte militar KC-390 que a Embraer tem com a Boeing.

“Este é um dos potenciais ’ganhos’ para a Embraer”, disse ele. “A Boeing pode facilitar a comercialização do KC-390. A Boeing pode oferecer isso. Então, nessas conversas, isso é um facilitador”.

‘Operação Complexa’

As discussões entre as empresas e o governo brasileiro estão indo muito bem, o presidente da Embraer Paulo César de Souza e Silva disse a repórteres em 4 de abril, na cerimônia de entrega do primeiro jato E190-E2 para a companhia aérea norueguesa Wideroe em São José dos Campos, Brasil, onde a empresa está sediada.

“É uma operação complexa e todas as partes precisam estar confortáveis”, disse ele.

Souza e Silva disse não ter certeza de que um acordo possa ser alcançado no primeiro semestre do ano, como as empresas anteriormente esperavam.

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