Morgan Stanley estuda cobrar US$ 2.500 por hora de analista

Por William Canny, Nishant Kumar e Trista Kelley.

O Morgan Stanley pretende cobrar aproximadamente US$ 2.500 por hora para encontros privados com seus analistas de ações, segundo pessoas a par do plano, que é uma preparação para as regras para o setor financeiro da União Europeia que entram em vigor no ano que vem. É quase o dobro do que cobram os mais renomados advogados do ramo.

A cobrança não está incluída na anuidade que o Morgan Stanley quer propor pelo acesso básico ao portal de pesquisa de renda variável quando os regulamentos da Diretiva de Mercados em Instrumentos Financeiros (conhecida pela sigla MiFID II) forem efetivados, em janeiro. A informação é de pessoas que pediram anonimato porque as negociações são privadas. O banco também ofereceu cobrar de um pequeno cliente US$ 25.000 por ano em troca de acesso a pesquisa básica para cinco usuários e cinco horas de interação com analistas, segundo outra fonte.

Com o preço considerado para essas reuniões, o tempo dos analistas do Morgan Stanley passa a ser mais valioso do que o de advogados bem conceituados da área. Os honorários de um sócio em um escritório de prestígio em Londres podem chegar a 1.100 libras esterlinas por hora (US$ 1.450), de acordo com uma análise realizada no ano passado. O preço dos encontros individuais pode variar de acordo com a experiência e o ranking do analista, segundo as pessoas.

Ainda indecisos

A menos de três meses da efetivação da versão revisada de MiFID, em 3 de janeiro, os bancos de investimento ainda não decidiram quanto cobrar dos gestores de recursos por serviços de assessoria e pesquisa. Sob as regras revisadas, relatórios de analistas e outros serviços precisam ser pagos separadamente das comissões cobradas na negociação de instrumentos financeiros.

Um representante do Morgan Stanley se recusou a comentar. Os preços propostos oscilam dramaticamente de banco para banco, enquanto o setor tenta definir o valor de análises que costumavam ser distribuídas gratuitamente. A taxa oferecida a clientes também depende do tamanho da instituição e do nível de acesso solicitado.

O preço que o banco cobrará depois de MiFID II é calculado de acordo com a frequência e o número de pessoas que acessam pesquisas por escrito dentro de uma firma cliente, além do tempo que passam com analistas, de acordo com o responsável global por pesquisas, Simon Pound.

Os clientes estão muito mais disciplinados em termos dos “recursos que estão consumindo, o que não era necessariamente o que acontecia no passado”, disse Bound em entrevista em setembro. “Há muitos anos, nós monitoramos muito bem onde nossos analistas gastam o tempo deles. Isso ajuda bastante.”

A McKinsey estima que os investidores vão cortar mais de US$ 1 bilhão em gastos e ficarão mais exigentes sobre o que vão comprar. A maioria só está disposta a pagar por análises feitas por profissionais com os melhores históricos de desempenho. Um analista de ações de uma corretora ou banco de investimento em Londres recebe compensação anual de aproximamente US$ 455.000, incluindo bônus, segundo dados compilados pela Emolument.com. O número é baseado na compensação de um diretor-gerente.

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