Multas aos maiores bancos do mundo desde a crise financeira chegam a US$ 321 bilhões

Por Gavin Finch.

No mundo todo, os bancos pagaram US$ 321 bilhões em multas desde 2008, aplicadas por causa de uma variedade de infrações regulatórias que vão de lavagem de dinheiro a manipulação de mercados e financiamento ao terrorismo, segundo dados da Boston Consulting Group.

A conta deve aumentar nos próximos anos, quando autoridades reguladoras da Europa e Ásia acompanharem o ritmo de suas contrapartes nos EUA, que foram mais agressivas até agora e impuseram a maior parte das penalidades. A conclusão é do sétimo estudo anual da BCG sobre o segmento. Somente em 2016, os bancos pagaram US$ 42 bilhões, ou 68 por cento a mais do que no ano anterior.

“Com a evolução das regulamentações de conduta, as multas e penalidades, juntamente com as despesas jurídicas e de litígio relacionadas, continuarão sendo custo de operação”, escreveram os analistas liderados por Gerold Grasshoff. “Administrar esses custos continuará sendo tarefa importante para os bancos.”

Segundo a BCG, os regulamentos cada vez mais exigentes vieram para ficar, apesar da promessa do presidente americano, Donald Trump, de reverter a Lei Dodd-Frank, de 2010, que reformulou o sistema bancário após o colapso do Lehman Brothers Holdings. O número de novas regras que os bancos precisam acompanhar diariamente triplicou desde 2011 para uma média diária de 200 revisões, de acordo com o relatório.

“A regulamentação precisa ser vista como elevação permanente no nível do mar — não só como uma maré que vai passar nem como tsunami que vai retroceder”, escreveram os autores. “Esperamos que esse assunto se mantenha, apesar dos últimos desdobramentos políticos nos EUA.”

Quase 10 anos depois de a crise financeira ter se instalado, o setor bancário ainda não se recuperou completamente das perdas que sofreu, segundo uma métrica calculada pela BCG.

Embora as instituições financeiras tenham gerado lucro econômico de 159 bilhões de euros (US$ 167 bilhões) em 2015, marcando um quinto aumento anual, o saldo acumulado entre 2009 e 2015 ainda é negativo em 9 bilhões de euros. A BCG calculou o lucro econômico incorporando os resultados operacionais de um banco ao custo do capital.

Os bancos europeus não registraram lucro econômico anual durante o período, enquanto os americanos estão em território positivo há três anos. Bancos na região Ásia-Pacífico, na América do Sul, no Oriente Médio e na África registraram lucro econômico todo ano.

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