Mundo precisa reverter crise do desemprego entre jovens, diz Banco Mundial

Por Kasia Klimasinska.

O Banco Mundial tem uma mensagem inquietante para os jovens de todo o mundo: independentemente de você ser homem ou mulher e de morar na Tunísia ou nos EUA, você terá dificuldades para encontrar um emprego.

Em todas as regiões e em todos os continentes, as pessoas de 15 a 29 anos têm uma probabilidade pelo menos duas vezes maior que a dos adultos de estarem desempregadas. O mundo terá que criar 600 milhões de empregos nos próximos 10 anos, ou 5 milhões por mês, só para evitar que a situação piore, disse o banco com sede em Washington em um relatório divulgado nesta terça-feira com parceiros como a Organização Internacional do Trabalho.

Os trabalhadores mais jovens foram os mais duramente atingidos pela crise financeira e pela recessão mundial da última década porque tinham, em muitos casos, empregos temporários, que oferecem uma proteção menor. A taxa de desemprego entre os jovens deverá ficar em 13,1 por cento em 2015, contra 4,5 por cento entre os adultos, segundo a OIT.

Os empregadores internacionais buscam não apenas habilidades técnicas e acadêmicas, mas também profissionais que sejam abertos, responsáveis ou organizados, segundo a análise de 155 páginas, intitulada “Toward Solutions for Youth Employment” (Em busca de soluções para o desemprego juvenil, em tradução livre). Os jovens trabalhadores muitas vezes têm muita ou pouca qualificação para seus empregos, segundo o relatório.

“Nas economias emergentes, cada vez mais baseadas em serviços, os empregadores encontram uma mão de obra carente das habilidades necessárias”, disse o relatório. “Em outros lugares, o problema é que muitos dos desempregados contam com uma alta qualificação, mas os mercados exigem competências diferentes ou habilidades mais técnicas ou vocacionais”.

Custos sociais

O que está em jogo é o bem-estar de toda a economia global. Sem uma renda, milhões de jovens caem na pobreza. Ao atrasarem sua entrada no mercado de trabalho ou aceitarem empregos com salários mais baixos, muitos limitam seu potencial de ganhos ao longo da vida. Quando os jovens não trabalham, os governos não recebem as receitas dos impostos e as empresas não conseguem conquistar clientes.

“Os custos sociais também estão aumentando cada vez mais”, disse o relatório, citando as revoltas lideradas por jovens em muitos países árabes e o aumento da insurgência econômica e do extremismo jovem. “O que vemos é uma geração em uma crise econômica”.

O relatório foi publicado por uma coalizão chamada Soluções para o Emprego Juvenil, que também incluiu a Fundação Internacional da Juventude, a organização pelo desenvolvimento infantil Plan International, a empresa de pesquisas de políticas públicas RAND Corp. e a Youth Business International, uma rede que auxilia jovens a criarem suas próprias empresas.

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