Neutralidade de carbono: novas diretrizes esclarecem o alinhamento de investimentos aos objetivos da UE

Artigo escrito por Nadia Humphreys, head de soluções financeiras e regulatórias relativas às mudanças climáticas da Bloomberg.

No pacote de junho de propostas e diretrizes regulatórias da Comissão Europeia, foi publicado um documento muito útil sobre a facilitação de financiamentos para a transição para uma economia sustentável. Estas recomendações visam ajudar a Europa a alcançar sua ambição de se tornar o primeiro continente neutro em termos de efeitos climáticos, com uma economia sustentável.

Para alcançar seus objetivos, a Comissão estabeleceu uma ambição de reduzir as emissões de gases de efeito estufa em 55% até 2030. A instituição estimou que o investimento necessário para alcançar esses objetivos é de aproximadamente 700 bilhões de euros adicionais a cada ano, de 2021 a 2030 (em relação ao investimento de 2011 a 2020). Um principal produto no arsenal da Europa foi a legislação que cria selos para os Benchmarks de Transição Climática (CTB) e os Alinhados com o Acordo de Paris (PABs) em 2019. Os PABs exigem uma redução de 50% nas emissões de gases de efeito estufa em comparação com o índice principal no primeiro ano e, em seguida, uma redução anual de 7% das emissões.

Desde sua criação, os fundos que acompanham os CTB/PABs levantaram ativos que excedem 116 bilhões de euros, de acordo com a Comissão Europeia. No entanto, de acordo com os dados de fundos da Bloomberg, há mais 275 bilhões de euros em fundos domiciliados na Europa com “clima” ou “carbono” em sua descrição, mas não marcados como rastreamento de CTB/PABs. Embora esses produtos tenham atraído fluxos impressionantes desde seu lançamento, o valor total ainda é inferior à meta de 700 bilhões de euros.

Também surgiu a preocupação de que os produtos financeiros relacionados com o “clima” ou “carbono” possam ter níveis de ambição diferentes e que nem todos possam estar alinhados com os objetivos de neutralidade de carbono da Europa. Na recente consulta da ESA sobre o Regulamento de Divulgação de Finanças Sustentáveis (SFDR, na sigla em inglês), os reguladores propuseram que todos os fundos que adotarem uma estratégia de descarbonização sejam avaliados em relação à trajetória de redução de emissões de carbono de 7% ano a ano necessária para os PABs. Se essa ideia se tornar realidade, as empresas cujas metas de redução de carbono estejam dentro da trajetória de 7% se tornarão oportunidades de investimento atraentes, já que os fundos com objetivos de descarbonização buscarão deter títulos qualificados.

Para os investidores que desejam saber se as metas de redução de carbono de uma empresa estão de acordo com o método PAB, a Bloomberg fornece uma nova ferramenta: ESG NETZ<GO>. A ferramenta permite que os investidores visualizem as trajetórias das empresas rumo a uma redução anual de 7% a partir de 2020.

De acordo com o Dr. Theodor Cojoianu, membro da Plataforma da União Europeia sobre Finanças Sustentáveis e Professor Associado de Finanças Sustentáveis na Universidade de Edimburgo: “Os Benchmarks Alinhados com o Acordo de Paris permitem uma avaliação científica do alinhamento das emissões de gases de efeito estufa com a meta de neutralidade de carbono ao longo do tempo, não apenas para portfólios, mas também para empresas individuais. É uma satisfação ver esta ferramenta, que destaca que tanto o caminho como o destino da neutralidade de carbono são importantes a considerar do ponto de vista dos investimentos”.

Saiba mais sobre PABs neste blog e explore as soluções de finanças sustentáveis da Bloomberg aqui. Os dados dos fundos da Bloomberg estão disponíveis na função FRSC <GO> no Terminal.

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