O mal ou a cura? A tecnologia invade o varejo

Por Anurag Rana, Poonam Goyal, Jitendra Waral, Mandeep Singh, Chen Grazutis e Sean Handrahan.

A invasão da tecnologia no setor de varejo vai se espalhar com o amadurecimento da inteligência artificial e da realidade virtual

Há um divisor de águas no varejo. As mudanças trazidas pela tecnologia tendem a se acelerar nos próximos três a cinco anos com o amadurecimento da inteligência artificial e da realidade virtual, intensificando os desafios representados pelas compras online e pelas compras via dispositivos móveis, que já sugam as margens das varejistas. As lojas de última geração vão se concentrar em personalização, preço dinâmico e venda direta para se distinguirem entre si e, assim, as vendas no meio digital podem chegar a 45% do total, de modo parecido com o ocorrido no setor de viagens.

Robôs e automação se tornarão parte importante da cadeia de suprimentos para melhora das margens, especialmente para artigos sem marca. É provável que mais lojas fechem as portas diante da evolução de novos modelos de negócio, mas outras podem virar destinos que, além de produtos, oferecem uma experiência superior ao consumidor.

A Amazon tende a abocanhar parcela cada vez maior do gasto do consumidor

O e-commerce ainda é o maior fator de ruptura no varejo, ainda que represente menos de 10% das vendas totais após duas décadas de existência. A migração das lojas físicas para lojas digitais como a Amazon.com continuará no futuro próximo. Realidade virtual, inteligência artificial, conectividade mais veloz e smartphones com telas maiores devem acelerar a transformação. A Amazon.com já gera mais de US$ 100 bilhões em vendas.

O meio digital pode dominar 45% das vendas no varejo, se o modelo for o do setor de viagens

A revolução digital pode significar que as compras online e em dispositivos móveis representarão 45% das vendas no varejo. Aproximadamente 45% das reservas de viagens nos EUA e Canadá são feitas online. Há 15-20 anos, o panorama do setor era parecido com o varejo de hoje, com o e-commerce expulsando negócios tradicionais. As opções digitais praticamente substituíram os agentes de viagens, oferecendo transparência de preços e comparabilidade com maior velocidade. O varejo em dispositivos móveis, as compras online e as mídias sociais fazem o mesmo por marcas e estilos, sem exigir que o consumidor compareça à loja.

Revolução digital exige mais consolidação em massa no varejo

Nos EUA, as varejistas estão fadadas a encolher a presença das lojas. Consumidores fortalecidos pela revolução digital exigem inovação em ritmo sem precedentes. Conceitos especiais de varejo proliferaram na virada do século, mas a ascensão do comércio digital e o menor tráfego de pessoas nas lojas tendem a concentrar a frequência de clientes nas lojas físicas de alta qualidade. Quase 40% dos mais de 1.200 centros comerciais dos EUA têm como alvo os consumidores de alta renda, de acordo com a Reference.com.

O futuro do varejo: Personalização; tamanho único não serve para todos

Sofisticação e detalhamento na tecnologia automatizada podem abrir caminho para produtos mais personalizados. Os varejistas detêm os dados subjacentes hoje, mas a maioria ainda não consegue oferecer produtos personalizados ou dar recomendações precisas para ampliar as vendas. Com ferramentas melhores e recursos de captação de dados, as sugestões para arrematar um visual e marketing mais focado que coincida com as preferências e o estilo de vida do consumidor podem aumentar a adesão e a conversão em vendas.

Reconhecimento facial pode proporcionar vantagens

A tecnologia de reconhecimento facial deve ajudar varejistas a elaborar anúncios focados e a se diferenciarem entre si nos esforços para atrair clientela. A loja Go, da Amazon.com, é exemplo de como isso pode ajudar a aumentar o tráfego nas lojas. O reconhecimento facial também pode permitir que as varejistas atendam clientes individualmente e em massa, usando descontos e pacotes personalizados. Facebook e Snapchat, que têm bases de dados de reconhecimento facial, podem se beneficiar ao vender essa tecnologia a varejistas, emparelhada com dados de usuários.

Chatbots mudam o atendimento ao cliente e a personalização no varejo

Técnicas aprimoradas de aprendizado de máquinas estão mudando a natureza dos assistentes virtuais, tornando-os cada vez mais inteligentes e menos dependentes de algoritmos pré-definidos e baseados em regras. Esses chatbots podem oferecer serviço personalizado aos clientes, efetivando compra e atendimento. Eles podem interagir em vários idiomas, verificar o estoque em tempo real, sugerir produtos e até concluir a compra no próprio chat. Vários aplicativos desse tipo usam o sistema de troca de mensagens do Facebook como meio de interação com os consumidores.

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