O México é o melhor, entre os piores, para investidores em títulos

Por Christine Jenkins.

O mercado de títulos local do México está suportando melhor os problemas da região enquanto os investidores apostam que os laços com os Estados Unidos vão ajudar o país a manter o crescimento. Por mais que várias moedas estejam se desvalorizando e os retornos para os títulos estejam aumentando em toda a América Latina, o México está tendo um desempenho melhor em relação a seus pares e a propriedade estrangeira de notas de longo prazo está próxima de um recorde, mesmo perante a venda generalizada de títulos nos mercados emergentes.

Para investidores em títulos estrangeiros que buscam um valor premium por dólares americanos, o México é atraente. A sua classificação de risco é relativamente alta e o país envia cerca de 80 por cento dos seus produtos de exportação para o seu vizinho ao norte, diferentemente de países como Peru e Brasil, que dependem da demanda chinesa por commodities.

“Dentro do mundo dos mercados emergentes, o México está se destacando como o menos pior,” disse Roberto Ivan Garcia, corretor na Casa de Bolsa Finamex na Cidade do México. “O país conta com finanças públicas estáveis e crescimento mais lento, também estável, e fez as reformas estruturais que vão ter um impacto no futuro.”
 

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Os títulos locais do governo do México perderam 7,8 por cento, em dólar, durante os últimos três meses. Por mais que isso não pareça nada sensacional, compare esse número com a queda de 21 por cento na Colômbia e de 20 por cento no Brasil. Os títulos do Peru perderam 8,1 por cento, enquanto os do Chile caíram 9,2 por cento. O principal culpado pelas quedas foram as vendas generalizadas nas moedas locais, com o índice da Bloomberg para nações em desenvolvimento caindo para um patamar mais baixo já registrado na semana passada. Os investidores estão apostando que as taxas de juro mais altas nos EUA vão diminuir o interesse pelos ativos de mercados emergentes ao mesmo tempo que a redução do ritmo econômico da China reduz a demanda por petróleo, grãos e minérios que a América do Sul exporta.

“As pessoas vão começar a olhar mais para o México se os preços baixos das commodities continuarem,” disse Rodrigo Covian, responsável por operações de renda fixa na Bulltick Capital Markets em Miami. “Tem muitos benefícios por estão tão perto dos EUA, então, pode diversificar um pouco mais.” Com estrangeiros sendo proprietários de 60 por cento dos títulos de longo prazo em renda fixa em peso do México, o país está vulnerável se tiver uma mudança radical na opinião dos investidores, de acordo com Rafael de la Fuente, economista-chefe para América Latina da UBS. “Se todos correrem para resgatar seu dinheiro, o país vai sentir uma forte pressão para a depreciação na moeda”, escreveu De la Fuente em relatório no dia 27 de agosto.

Se a resiliência puder continuar, de acordo com Siobhan Morden, chefe de operações de renda fixa na América Latina para a Jefferies, que chamou os títulos de “um dos poucos bons créditos” na região. “O México é muito diferente em termos de tendências globais macroeconômicas e suas próprias tendências econômicas”, ela disse de Nova York. “Claramente, não é vulnerável no mesmo grau a um choque nas commodities como o restante da região.”

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