O que é preciso para transformar Instagram em carreira

Por Aki Ito.

Meghan Young é uma estrela profissional do Instagram. Ela é paga para escalar belas montanhas, fotografar cumes reluzentes e postar sobre suas aventuras para os fãs. “Meu trabalho é fazer com que pareça fácil, que pareça ser a coisa mais divertida de todos os tempos e que nunca é um trabalho”, diz. “Mas é um trabalho.”

Young, 33, lucra com empresas que pagam para que ela apresente seus produtos em seu feed do Instagram e ela faz parte de um ecossistema de influenciadores das redes sociais — possibilitado por bilhões de usuários sedentos por seu conteúdo e anunciantes ávidos por novas formas de atingir o público jovem.

As empresas podem chegar a investir US$ 1,6 bilhão neste ano com esse tipo de marketing apenas no Instagram, que pertence ao Facebook, e até US$ 6,3 bilhões ao incluir outras plataformas, como YouTube e Twitch, segundo estimativas da agência de marketing Mediakix. Esse montante impulsionou o surgimento de influenciadores em todo o mundo, que inundam o Instagram com milhões de postagens com as hashtags #sponsored e #ad todos os anos.

Mas a maioria das pessoas que declaram patrocínios provavelmente não ganha o suficiente para viver disso, diz o CEO da Mediakix, Evan Asano. Young é uma exceção: ela está a caminho de ganhar US$ 50.000 a US$ 100.000 no ano que vem como influenciadora em tempo integral com patrocínios e taxas de licenciamento de fotos. Não é a renda de uma superestrela, mas no caso dela é o suficiente para pagar as contas.

Young promove uma série de produtos e destinos relacionados ao montanhismo. O processo começa com o fechamento de contratos de patrocínio. As empresas fazem ofertas não solicitadas, diz Young, mas ela rejeita a maioria. Muitas dessas ofertas não têm nada a ver com as aventuras ao ar livre sobre as quais ela publica — botas para caminhada seriam relevantes para ela, mas maquiagem não — e outras são de empresas concorrentes diretas de seus maiores patrocinadores, com os quais ela mantém relacionamentos que prefere não arriscar.

O trabalho não acaba depois de ela tirar as fotos. Quando volta de suas aventuras, Young edita cuidadosamente as imagens e escreve as legendas que as acompanham. E então, quando as postagens são publicadas, as empresas às vezes não pagam no tempo devido. Nestes casos, ela precisa fazer o acompanhamento e enviar novas faturas com cobranças por atraso. A parte que ela menos gosta é quando descobre que uma empresa usou suas fotos de uma forma que viola os termos do contrato, levando a conversas tensas e demoradas por e-mail.

As maiores estrelas das redes sociais contratam agências terceirizadas para esse tipo de trabalho. Em um sinal revelador de um campo em rápido crescimento, existe agora um setor de serviços de apoio voltado especificamente aos influenciadores. Mas as agências ficam com uma parcela dos lucros dos influenciadores — geralmente de 20 por cento a 30 por cento, no caso das estrelas maiores, e de 30 por cento a 50 por cento, no caso das menores –, sendo portanto financeiramente viável apenas para quem conta com um número significativo de seguidores. Com 185.000 seguidores, é provável que Young esteja perto de precisar de representação. Ela desconfia há tempos das comissões pedidas pelas agências, mas com a chegada de mais negócios, as tarefas administrativas estão se acumulando.

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