O que o Federal Reserve fará e o que não fará

Por Mohamed El-Erian.

Não se espera que o Federal Reserve eleve as taxas de juros na quarta-feira, e ele não o fará. Em vez disso, por meio de seu comunicado e da entrevista coletiva da presidente Janet Yellen, o banco central dos EUA transmitirá uma avaliação atualizada da economia norte-americana e as implicações para as políticas futuras.

A seguir listamos os seis principais pontos que o banco central difundirá:

1. O Fed pintará um quadro misto da economia dos EUA em geral, observando ao mesmo tempo o inquietante relatório de emprego de maio e, em particular, o ritmo decepcionante de criação de empregos.

2. Em parte, a cautela do Fed refletirá o ambiente global altamente variável. Essa prudência é influenciada não apenas pelo crescimento internacional tímido, mas também pela grande incerteza associada ao referendo, na semana que vem, sobre a permanência do Reino Unido na União Europeia.

3. Ao comentar o comportamento do mercado financeiro, o Fed poderá reconhecer que a volatilidade está relativamente moderada, apesar dos incomuns acontecimentos econômicos e financeiros globais. Poderia também se consolar com o notável desempenho recente dos EUA nos mercados internacionais de ações, que estão em queda.

4. Embora o Fed possa observar a influência das forças externas nos yields de longo prazo dos EUA, é improvável que dê muita atenção à lista crescente de eventos (antes) improváveis e impensáveis que vieram a acontecer nos mercados de renda fixa ao redor do mundo (incluindo, nesta semana, yields negativos sobre os títulos soberanos alemães de 10 anos).

5. Ao atualizar seus “gráficos de pontos” (ou seja, os indicadores quantitativos de perspectivas econômicas e de políticas preparados pelos membros do Comitê Federal de Mercado Aberto), a projeção “média” da cúpula do Fed manterá aberta a possibilidade de dois aumentos das taxas de juros neste ano, mas se inclinará a menos altas, depois disso, do que o sinalizado anteriormente.

6. A visão coletiva do Fomc provavelmente puxará a projeção da taxa de juros de longo prazo para baixo, de 3,3 por cento para mais perto de 3 por cento.

Esta coluna não reflete necessariamente a opinião do conselho editorial ou da Bloomberg LP e seus proprietários.

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