Por Cristiane Lucchesi, Katia Porzecanski e Fabiola Moura.
Executivos da Oi se encontraram com representantes de oito fundos credores, em Nova York, incluindo Solus Alternative Asset Management eCenterbridge Partners para discutir os termos de uma injeção de capital de R$ 5 bilhões, de acordo com pessoas familiarizadas com o assunto.
Oi, que entrou com pedido de recuperação judicial em junho de 2016, tenta obter um compromisso firme de investidores e buscar o apoio dos credores para o plano de reestruturação que deve apresentar em breve. Uma equipe financeira e jurídica interna da Oi e a Laplace Finance, consultor financeiro externo da empresa, participaram das reuniões em Nova York na semana passada, disseram as pessoas, pedindo para não serem identificadas porque as discussões são privadas.
Société Mondiale, segundo maior acionista da Oi, também esteve presente com seu assessor financeiro PJT Partners, disseram as pessoas. O objetivo era apresentar o esboço do novo plano e arrecadar fundos, com a Societe Mondiale, o fundo de investimento administrado por Nelson Tanure, contribuindo com parte do novo financiamento, disseram as pessoas.
Oi, Société Mondiale e Solus não quiseram comentar. Laplace, PJT e Centerbridge não responderam a um email solicitando comentários.
A operadora de telecomunicações está enfrentando uma pressão cada vez mais intensa para concluir seu processo de reestruturação da dívida de US$ 19 bi, que se prolonga por mais de um ano. Conseguir novo capital permitirá que a Oi melhore sua rede, que há anos tem recebido baixos investimentos. Anatel deu à empresa 15 dias a partir de 9 de agosto para apresentar um plano de reestruturação definitivo.
No início deste mês, Oi apresentou um projeto de proposta para a Anatel que divide um aumento de capital de R$ 8 bi aprovado em julho em R$ 5 bi em novos recursos e R$ 3 bi representados por um swap de dívida para capital próprio. A troca proporcionaria aos credores uma participação de 25% na empresa.
O novo plano da Oi terá que ser submetido ao tribunal de falências e aprovado pelos credores e outras partes interessadas em uma assembleia geral que poderia acontecer em meados de outubro. A Oi está buscando apoio suficiente dos detentores de títulos e outros credores para aprovar seu plano na assembleia geral, disseram as pessoas.
Dois outros grupos de credores não envolvidos nas reuniões de Nova York, um aconselhado pela Moelis & Co. e outro aconselhado pelo G5 Evercore, estão pedindo uma participação maior na Oi em troca de suas fatias em dívidas.
Os grupos de credores se queixaram de que a empresa não está realmente negociando com eles, uma queixa que a empresa nega. O grupo representado pelo G5, com Aurelius Capital Management entre seus membros, também está envolvido em uma batalha contra o Oi nos tribunais holandeses e de Nova York.
Os private equity Cerberus Capital Management e Elliott Management também elaboraram propostas que incluiriam uma injeção de capital de até US$ 3 bi, de acordo com pessoas familiarizadas com as negociações.
A Oi também está tentando reestruturar os R$ 11 bi que deve à Anatel, principalmente por multas. Oi teve uma reunião de mediação com o regulador na terça-feira, de acordo com um documento.
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