Oi quer fazer oferta pela Tim até janeiro: Fonte

Por Fabiola Moura e Jonathan Levin, com a colaboração de Filipe Pacheco e Daniele Lepido.

A Oi, empresa de telecomunicações mais endividada do Brasil, está trabalhando para ter uma oferta pelo controle da Tim até janeiro, segundo uma pessoa próxima às negociações.

Pelo acordo de exclusividade que tem com a LetterOne, empresa do bilionário russo Mikhail Fridman, a companhia tem até maio para fazer a proposta de fusão com a Tim, unidade da Telecom Italia. No entanto, a Oi quer entregar a oferta o quanto antes e, com isso, receber o aporte de US$ 4 bilhões prometido pela LetterOne, que a ajudaria a reduzir sua alavancagem, disse a pessoa, que não pode ser identificada porque as negociações são confidenciais.

A Oi, que inicialmente pretendia entregar uma proposta neste mês, está levando adiante seu plano de fusão das empresas que são a quarta e a segunda maiores provedoras de serviços de telefonia celular do Brasil. O destino da consolidação no maior mercado de telecomunicações da América Latina depende, em parte, da Telecom Italia, que prefere administrar a empresa combinada, disseram pessoas informadas sobre o assunto, mas está enfrentando uma disputa de poder em seu país.

A Oi e a TIM preferiram não comentar.

O CEO da Oi, Bayard Gontijo, que assumiu em outubro de 2014, dedicou este ano à melhora das operações e da governança corporativa da empresa. Ele disse, em entrevista concedida em novembro, estar confiante de que a Oi atingirá as metas para o fluxo de caixa operacional e para os lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização, que foram estabelecidas em janeiro.

A dívida líquida da Oi era de R$ 37,2 bilhões (US$ 9,44 bilhões) até setembro. Os US$ 4 bilhões em recursos da LetterOne poderiam reduzir esse número em 42 por cento, para R$ 21,5 bilhões, com base na taxa de câmbio de quarta-feira, supondo que todo o dinheiro seja usado para a redução da dívida.

A Oi também vai assinar até sexta-feira, um empréstimo de US$ 1,2 bilhão com o Banco de Desenvolvimento da China (CDB), segundo outra pessoa próxima às negociações com o banco, que não quis se identificar porque os termos do acordo não são públicos. O CEO da Oi anunciou o memorando de entendimento com o CDB na teleconferência de resultados do terceiro trimestre, realizada pela empresa em novembro.

Os movimentos recentes no conselho da Telecom Italia poderão respaldar um acordo entre Oi e Tim. A francesa Vivendi, que apoia a fusão, ganhou quatro assentos no conselho em uma eleição dos acionistas, na terça-feira. A Vivendi quer sair do Brasil quando chegar o momento e não insistirá em manter o controle operacional da empresa combinada, disseram pessoas informadas sobre a intenção da empresa.

A turbulência na economia brasileira, assolada por uma recessão que deverá ser a mais longa desde 1931, também poderá ter um impacto sobre a possível fusão. A classificação de crédito do Brasil foi reduzida para junk pela Fitch na quarta-feira. A medida poderia levar investidores de todo o mundo a vender ativos do país, pois muitos investidores institucionais, como os fundos de pensão, exigem que os investimentos sejam colocados em ativos que possuam grau de investimento em pelo menos duas agências de classificação importantes.

Mudanças nas regras do setor de telecomunicações do Brasil também poderão ajudar a Oi. O Ministério das Comunicações disse na quarta-feira que planeja concluir a proposta de uma nova lei no primeiro trimestre de 2016.

As mudanças permitiriam que a Oi transferisse investimentos do serviço de telefonia para os de banda larga e dados dos telefones celulares, disse a pessoa informada sobre o plano da Tim. O sucesso da reformulação das regras do setor de telecomunicações seria uma das condições para o fechamento de qualquer acordo com a Tim, disse a pessoa.

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