Opep prevê maior crescimento de oferta rival em 5 anos em 2019

Por Grant Smith.

A Opep estima que a oferta de seus rivais terá o maior crescimento em cinco anos em 2019 e que o petróleo extra dos EUA bastará para atender o crescimento da demanda global.

Na primeira perspectiva detalhada para 2019, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo indicou que com a expansão do petróleo norte-americano, os membros da Opep já produzem petróleo suficiente para cobrir o que se necessitará deles. No entanto, a situação ainda pode mudar porque a produção do grupo é ameaçada pela enorme crise econômica da Venezuela e pelas novas sanções dos EUA ao Irã.

O relatório pode jogar gasolina no debate que divide a organização. A Arábia Saudita, maior produtora da Opep, está decidida a ampliar a produção de petróleo em meio à pressão dos EUA para esfriar a alta dos preços. O Irã, que está perdendo clientes devido às sanções americanas, diz que os demais membros estarão traindo o grupo se aumentarem a oferta.

“Se a economia mundial tiver um desempenho melhor do que o esperado, levando a um crescimento maior da demanda por petróleo, a Opep continuará tendo oferta suficiente para manter a estabilidade do mercado de petróleo”, informou a secretaria da organização em Viena no relatório.
Em 4 de julho, o presidente dos EUA, Donald Trump, fez novas críticas ao grupo, escrevendo no Twitter que a Opep não está se esforçando o bastante para controlar os preços. Negociado a US$ 74 em Nova York, o barril está perto do nível mais alto em mais de três anos.

A demanda global por petróleo aumentará 1,45 milhão de barris por dia em 2019, pouco abaixo do ritmo de crescimento deste ano, para uma média de 100,3 milhões de barris por dia, segundo o relatório.

No entanto, o crescimento da oferta de fora da Opep será consideravelmente mais forte, de 2,1 milhões de barris por dia, o maior desde 2014. Embora a expansão do petróleo de xisto esteja perdendo força devido a restrições de implantação, os EUA ainda contribuirão com cerca de três quartos da expansão da oferta global, o suficiente para atender o crescimento do consumo mundial.

Rivais aceleram

Esse aumento mostra como os limites à produção aplicados pela Opep nos últimos 18 meses encorajaram os rivais do grupo, dando às exploradoras do xisto e a outros produtores os preços mais elevados de que precisavam para retomar as operações.

Como resultado, os 15 membros da Opep precisarão fornecer em média apenas 32,2 milhões de barris por dia no ano que vem, pouco menos do que os 32,3 milhões bombeados em junho.

A manutenção desse nível, porém, será um processo contencioso.

A produção da Venezuela continua em queda e atingiu o menor nível em décadas porque o colapso econômico está afetando a infraestrutura e os trabalhadores do setor de petróleo. Outra questão mais importante ainda é que o governo Trump está tentando sufocar as exportações do Irã após abandonar o acordo nuclear com o terceiro maior produtor da Opep.

Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Kuwait já estão ampliando a oferta, de acordo com o relatório. Os sauditas aumentaram a produção em 405.400 barris por dia, para 10,42 milhões, maior salto em mais de três anos, segundo a Opep.

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