Esses são os highlights da decisão do Copom:
- Copom manteve a taxa Selic em 6,5% em decisão unânime e amplamente esperada
- Projeções de inflação foram significativamente reduzidas: em 2018 de 4,4% para 3,7%, em 2019 de 4,2% para 3,9% e em 2020 de 3,7% para 3,6% no cenário com juros e câmbio do Focus
- Comunicado visto como dovish. Copom inclui que houve “arrefecimento” do risco de frustração com a continuidade das reformas e retira trecho sobre redução da assimetria do balanço de riscos
- Goldman Sachs diz que decisão foi fácil e perspectivas de inflação permanecem confortáveis; Haitong destaca retirada do trecho de que o estímulo deverá ser retirado gradualmente
- Isabela Guarino da XP diz que “as taxas de juros devem fechar, com retirada de prêmios de alta da curva”
Por ora, mantemos a expectativa de que a Selic comece a ser gradualmente normalizada a partir do 3o trimestre de 2019 – quando o Copom já estará começando a mirar a inflação de 2021. Contudo, sem rupturas externas ou em reformas, o risco é assimétrico – parece mais provável que a normalização comece mais tarde do que mais cedo do imaginado.
Queda das projeções de inflação sugere que, tecnicamente, o BC teria espaço até para cortar a Selic. Provavelmente, o BC só não o faz devido aos riscos para as reformas – importantes para dar perenidade à inflação baixa – e às incertezas externas, que colocam o câmbio na berlinda.
Copom também cita arrefecimento do risco de frustração das expectativas sobre a continuidade das reforma. Outro placar que reforça o grupo dovish. Só há mais intensificação deterioração do cenário externo. Sugere um placar de 2 pontos para os dovish e 1 para os conservadores.
“Chama atenção projeções de inflação extremamente benignas, abaixo da meta em 2019. Arrefecimento do risco tem a ver com a eleição do presidente, que tem intenção de fazer reforma. É improvável que exista aumento da Selic, logo curva de juros terá de ser menos inclinada no longo prazo.”
Gustavo Rangel, economista-chefe para América Latina do ING Financial Markets
“Inegavelmente foi muito dove. Se ligarmos todos os pontos de descrição do cenário com projeções e riscos, todos tiveram elementos dove. Cenário para subir juros está muito longe, precisaria de acontecimentos muito fora do radar. Provavelmente alta de juros só acontecerá entre primeiro e segundo trimestre de 2020.”
Ivo Chermont, economista-chefe da Quantitas
“O destaque foi a indicação que o BC viu uma melhora do balanço de riscos, tirando inclusive a indicação que via o balanço de riscos assimétricos”
Isabela Guarino, economista da XP Investimentos
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